ATA DA DÉCIMA SEXTA REUNIÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA
COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 16.07.1997.
Aos dezesseis dias do mês de julho do ano de mil novecentos e noventa e
sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal
de Porto Alegre. Às nove horas e trinta minutos foi realizada a chamada, sendo
respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Carlos Garcia, Clovis Ilgenfritz,
Eliseu Sabino, Guilherme Barbosa, João Dib, José Valdir, Paulo Brum e Renato
Guimarães, Titulares, e Cyro Martini, Não Titular. Ainda, durante a Reunião,
compareceram os Vereadores Anamaria Negroni, Fernando Záchia, Gerson Almeida,
Juarez Pinheiro, Maria do Rosário e Reginaldo Pujol, Titulares, e Hélio
Corbellini e Luiz Braz, Não Titulares. Constatada a existência de
"quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e
determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da Décima Quarta
Reunião Ordinária e da Segunda Reunião Extraordinária que, juntamente com a Ata
da Décima Terceira Reunião Ordinária, foram aprovadas. Do EXPEDIENTE constaram:
Ofícios nºs 01/97, do Vereador João Dib; 02/97, do Senhor Sérgio Luiz dos Reis,
Administrador do Parque Maurício Sirotsky Sobrinho; 110/97, do Deputado Cézar
Busatto, Secretário de Estado da Fazenda/RS; s/nº, do Senhor Cristiano Roberto
Tatsch, Presidente da Companhia Riograndense de Telecomunicações - CRT; Fax: do
Senhor Abel Fataza, do Conselho Deliberativo da Cidade de Buenos Aires; do
Sindicato da Indústria de Produtos Suínos no Estado do Rio Grande do Sul;
Convites: da Federação das Mulheres Gaúchas, para a abertura das comemorações
do seu décimo quinto aniversário; da Associação dos Transportadores de
Passageiros por Lotação - ATL, para jantar de confraternização; da Prefeitura
Municipal de Porto Alegre, através do Departamento Municipal de Habitação e do
Conselho Municipal de Acesso à Terra e Habitação, para o lançamento do caderno
"Realidade e Política Habitacional"; da Editora da Universidade e da
Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS,
para o lançamento do livro "Imagens Urbanas: Os diversos olhares na
formação do Imaginário Urbano"; do Senhor Jairo Carneiro, Presidente da
Central Única dos Trabalhadores do Estado do Rio Grande do Sul - CUT/RS, para a
abertura do 8º Congresso Estadual da CUT - CECUT; da Secretaria Municipal da
Cultura, da Coordenação de Artes Plásticas e do Atelier Livre, para a abertura
da exposição de Maria Conceição Menegassi; da Prefeitura Municipal de Porto
Alegre, através da Secretaria Municipal de Educação, para cerimônia de abertura
do IV Seminário Internacional de Reestruturação Curricular: "Identidade
Social e a Construção do Conhecimento"; Impressos: do Departamento
Municipal de Habitação - DEMHAB, divulgando a 1ª Conferência Municipal de
Habitação; do Sindicato dos Enfermeiros do Rio Grande do Sul - SERGS,
divulgando o 1º Congresso Estadual Sindical da Enfermagem - 1º COESE; do Centro de Estudos
Temáticos de Administração Pública Ltda. - CETEM, divulgando o seminário
"Atualização em Contabilidade Pública e Técnica Orçamentária"; da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, divulgando o Seminário
Internacional "Globalização, Neoliberalismo, Privatização - Quem decide
este jogo?"; da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, do Serviço Social do Comércio - SESC,
divulgando o 6º Festival Internacional de Cinema para Crianças e Jovens. A
seguir, o Vereador João Dib formulou Requerimento verbal solicitando estudo
acerca das formas de substituição de Vereadores durante o período de recesso
deste Legislativo. Na oportunidade, o Senhor Presidente informou que tal
Requerimento seria devidamente atendido e relatou dados acerca de trabalho
realizado pelos Vereadores Guilherme Barbosa e Reginaldo Pujol, na coordenação
de estudos sobre reformas visando aprimorar o Regimento da Casa. Também, o
Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do Ofício nº 02/97, recebido
do Senhor Sérgio Luiz dos Reis, Administrador do Parque Maurício Sirotsky
Sobrinho, o qual agradece a instalação de linha telefônica na Administração
desse Parque. Após, constatada a existência de "quorum", foi iniciada
a ORDEM DO DIA e foi apregoado o Ofício nº 327/97, do Senhor Prefeito Municipal
de Porto Alegre, o qual solicita autorização legislativa para ausentar-se do
País no período de vinte e um a vinte e cinco de julho do corrente ano. Em
Discussão Geral e Votação foram aprovadas as Indicações nºs 54, 77 e 75/97,
esta após ser encaminhada à votação pelo Vereador Adeli Sell. Em
prosseguimento, foi aprovado o Requerimento nº 159/97 (Processo nº 2161/97 -
Moção de Repúdio à proposta do Governo Estadual constante do Projeto de Emenda
Constitucional nº 74/96), de autoria do Vereador Carlos Garcia, por sete votos
SIM e dois votos NÃO, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Carlos
Garcia, Cyro Martini, Fernando Záchia e João Dib, sendo submetido à votação
nominal por solicitação do Vereador João Dib, tendo votado Sim os Vereadores
Adeli Sell, Carlos Garcia, Eliseu Sabino, Gerson Almeida, José Valdir, Juarez
Pinheiro e Renato Guimarães e votado Não os Vereadores Fernando Záchia e João
Dib. Foram aprovados os Requerimentos nºs 163/97 (Processo nº 2218/97 -
solicitando seja autorizada sua participação, como representante deste
Legislativo, na 5ª Conferência Internacional de Educação para Adultos, a
realizar-se na cidade de Hamburgo, Alemanha, entre os dias quatorze e dezoito
de julho do corrente, bem como o pagamento de quatro diárias), da Vereadora
Clênia Maranhão, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores João Dib,
Fernando Záchia e Maria do Rosário; 161/97 (Processo nº 2188/97 - Sessão Solene
para homenagear o Dia do Rio Guaíba), de autoria do Vereador Guilherme Barbosa;
160/97 (Processo nº 2182/97 - Moção de Repúdio contra decisão contida na Medida
Provisória que restringe o pagamento de benefícios assistenciais a idosos e
deficientes físicos ou mentais de baixa
renda), de autoria do Vereador Paulo Brum; de nº 156/97 (Processo nº
2130/97 - Moção de Protesto contra manifestação do Ministro Pedro Malan,
prejudiciais aos funcionários públicos), de autoria do Vereador Cyro Martini,
este após ser encaminhado à
votação pelo Autor; de nº 157/97 (Processo nº 2147/97 - Moção de Solidariedade
à realização do Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e a indicação deste
Legislativo para sediar o próximo Congresso da categoria), de autoria do
Vereador Adeli Sell, este após ser encaminhado à votação pelo Autor; de nº
158/97 (Processo nº 2148/97 - Moção de Repúdio ao comercial veiculado na
televisão pelas Pastilhas Benalet), de autoria do Vereador João Carlos Nedel.
Durante as votações dos Requerimentos acima especificados, o Senhor Presidente
prestou esclarecimentos acerca da viagem efetuada pela Vereadora Clênia
Maranhão a Hamburgo, Alemanha; a Vereadora Maria do Rosário solicitou relação
das Representações Externas autorizadas por este Legislativo desde a
Legislatura anterior, tendo o Vereador João Dib solicitado que tal relação
retroagisse ao ano de mil novecentos e oitenta e nove; o Vereador Luiz Braz
solicitou fossem buscadas junto à Diretoria Legislativa maiores informações
acerca da forma de cálculo da representatividade dos Partidos integrantes da
Casa na constituição da presente Comissão Representativa. Também, o Vereador
João Dib solicitou fosse buscada cópia da Emenda Constitucional nº 74/96 e da
justificativa da mesma, cópia essa posteriormente distribuída aos Senhores
Vereadores. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Renato Guimarães formulou críticas à
atuação do Presidente Fernando Henrique Cardoso à frente do Governo Federal,
analisando, em especial, a forma como medidas provisórias têm sido utilizadas
por Sua Excelência e criticando a retirada de benefícios recebidos por idosos e
deficientes físicos e mentais de baixa renda. O Vereador Reginaldo Pujol
reportou-se ao pronunciamento do Vereador Renato Guimarães, afirmando que as
declarações desse Vereador não possuem a consistência necessária, prejudicando
o andamento positivo dos trabalhos da Casa. Ainda, defendeu a atuação do
Presidente Fernando Henrique Cardoso à frente do Governo Federal. O Vereador
Paulo Brum analisou o Requerimento nº 160/97, de sua autoria, aprovado hoje
pela Casa, referente à Moção de Repúdio à Medida Provisória que restringe o
pagamento de benefícios a idosos e deficientes físicos ou mentais de baixa
renda. O Vereador Juarez Pinheiro teceu comentários acerca de artigo publicado
no Jornal Correio do Povo, dia treze de julho do corrente, intitulado
"Guerra Fiscal ajuda as montadoras e prejudica os Estados", onde é
criticada a forma como são concedidos benefícios fiscais a grandes empresas, em
prejuízo de investimentos em áreas prioritárias como saúde e educação. O
Vereador José Valdir registrou sua preocupação com os reflexos, junto aos
Estados e Municípios, de uma possível prorrogação do Fundo de Estabilização
Fiscal, FEF, declarando que tal fundo utiliza verbas dos impostos, retirando
recursos que deveriam ser investidos em área de atendimento básico da
população. O Vereador João Dib referiu-se ao uso, pelo Vereador Paulo Brum, do microfone
localizado na Mesa Diretora dos trabalhos, quando das manifestações de
Sua Excelência. Salientou não ser contrário ao uso de Medidas Provisórias pelo
Governo Federal, classificando como omissa a atitude do Congresso Nacional na
análise dessas Medidas. Ainda, declarou-se contrário à possibilidade de
prorrogação do Fundo de Estabilização Fiscal e discorreu acerca do uso de
recursos do PROER junto a bancos privados.
Finalizando, defendeu o pagamento, pelo Governo Municipal, de parcela do décimo
terceiro salário dos municipários. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador
Reginaldo Pujol reportou-se ao pronunciamento do Vereador José Valdir, relativo
à possibilidade de prorrogação do Fundo de Estabilização Fiscal, tecendo considerações
acerca do posicionamento da Bancada do PFL a respeito do assunto e defendendo a
atuação do Governo Federal no referente a investimentos na melhoria das
condições de vida da população mais carente do País. Em COMUNICAÇÕES, o
Vereador Carlos Garcia comentou problemas enfrentados pelas escolas públicas
existentes em Porto Alegre, destacando, em especial, falta de recursos humanos
e materiais observada na Escola Estadual de 1º Grau Almirante Barroso,
localizada na Ilha da Pintada. Também, teceu comentários acerca de assembléia
das Corporações Militares, a ser realizada no dia dezessete de julho do
corrente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Carlos Garcia deu continuidade ao
seu pronunciamento em Comunicações, no referente à assembléia das Corporações
Militares, analisando as reivindicações dessa categoria e solidarizando-se com
as mesmas. Em COMUNICAÇÕES, a Vereadora Anamaria Negroni discorreu acerca do
tratamento respeitoso que sempre concedeu ao Senhor Raul Pont, Prefeito
Municipal de Porto Alegre, solicitando idêntica atitude da Bancada do PT quando
se referir ao Presidente da República. Classificou como incoerentes as críticas
feitas pelo Vereador Renato Guimarães à atuação do Presidente Fernando Henrique
Cardoso à frente do Governo Federal e, ainda, analisou dados divulgados por
programas veiculados pelo PT, referentes a acusações efetuadas pelo Senhor
Paulo de Tarso contra o Senhor Luís Inácio "Lula" da Silva. O
Vereador Adeli Sell, declarando que "o argumento da luta armada jamais vai
sobrepujar o argumento da luta organizada do povo", almejou "paz na
Espanha, na Palestina e em Israel e saúde para o Brasil". Criticou os
serviços que vêm sendo atualmente prestados pelo Departamento Estadual de
Trânsito. Solidarizou-se com as reivindicações dos integrantes da Brigada
Militar e solicitou maior segurança para Porto Alegre. Leu trechos e analisou
artigo publicado hoje na coluna Opinião do Jornal Zero Hora, de autoria do
Senador Pedro Simon, referente aos problemas enfrentados pela setor agrícola
face à política para a área vigente desde a implantação do Plano Real. Nada
mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos às
doze horas e vinte e nove minutos, convocando os Senhores Vereadores para a
Reunião Ordinária da próxima quinta-feira, à hora regimental. Os trabalhos
foram presididos pelos Vereadores Clovis Ilgenfritz e Paulo Brum
e secretariados pelos
Vereadores Paulo Brum e Adeli Sell,
este como Secretário "ad hoc". Do que eu, Paulo Brum, 1º Secretário,
determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e
aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Com a palavra o Ver. João Dib para um
Requerimento.
SR. JOÃO DIB
(Requerimento): Sr. Presidente, viajei ao Gravatal e poderia ter pedido licença para
tratamento de saúde, porque fiz um programa de desintoxicação, mas não vejo
razão para que isso ocorra na Reunião Representativa. Disse, no momento em que
saía, que o meu Suplente assumiria no meu lugar, e a Diretoria Legislativa e a
Procuradoria informaram que as coisas ocorriam na forma do Regimento,
identicamente ao período normal, o que eu acho absolutamente incorreto. Então, gostaria que a Casa estudasse o caso
de licença no recesso, que é bem diferente, porque o recesso é para todos os
Vereadores. Portanto, se foi votado um suplente para que substituísse um
titular, ele não tem por que pedir licença para tratamento de saúde ou
tratamento de interesse. Gostaria que a Casa, através da Mesa, procurasse uma
solução para os próximos recessos para que não ocorram problemas como esse.
O SR.
PRESIDENTE:
O Requerimento será atendido. O Ver. Guilherme Barbosa, junto com o Ver. Paulo Brum, como membro da
Mesa, está coordenando um trabalho, que já está muito adiantado, sobre reformas
do Regimento. Esse aspecto nos preocupa porque é muito burocratizado, muito
difícil. Tem que haver uma autorização de quem sai e a entrada automática de
quem fica. É um assunto que nos preocupa. Já aconteceu em outras ocasiões e nós
vamos tentar resolver.
O SR.
GUILHERME BARBOSA (Esclarecimento): Sr. Presidente, sobre as modificações do Regimento,
tenho reunião hoje à tarde com o Ver. Reginaldo Pujol para falar sobre esse
assunto e aproveito, através de V. Exa., para saber do Ver. João Dib se há a
possibilidade de fazer alguma redação sobre essa modificação regimental.
O SR.
PRESIDENTE: Ver.
João Dib, não sei se entendeu a
sugestão do Ver. Guilherme Barbosa, de que V. Exa. pudesse dar uma contribuição
para a Comissão no sentido de saber qual a melhor forma para resolver essa
questão. Hoje à tarde, há uma reunião dessa Comissão. Penso que seria
interessante V. Exa. conversar com o Ver. Guilherme.
O SR. JUAREZ
PINHEIRO (Esclarecimento): Registro que esta Casa sentiu a falta do Ver. João Dib no período de
recesso, sendo uma ausência notada face ao brilho com que desempenha os seus
trabalhos. Mas apenas para reafirmar que o Regimento vigente na Casa não tem
nenhum dispositivo que vede que um suplente assuma durante o recesso
parlamentar.
O SR.
PRESIDENTE: Está
escrito no Regimento que as regras são idênticas ao do período de Plenário. Não
há vedação, mas há um indicativo de que são as mesmas regras de substituição
para quando esteja funcionando o Plenário.
O SR. JUAREZ
PINHEIRO:
Na ausência do titular, não há nenhum dispositivo que especifique se no recesso
ou durante o período de Sessão Legislativa
o suplente não possa assumir no lugar do titular.
O SR.
PRESIDENTE: Tenho
certeza de que essas contribuições vão servir para corrigir as falhas que ainda
persistem no Regimento.
Hoje não temos proposições
apresentadas à Mesa. Antes do período da Ordem do Dia, saliento que no espelho
do Expediente de hoje, no item 02, nós temos um ofício agradecendo a instalação
da linha telefônica na Administração do Parque. É importante que esclareçamos
aos Srs. Vereadores, para que não haja algum entendimento equivocado, que há 15
anos existe uma administração da SMAM num galpão de obra que sobrou da
construção desta Casa. Há 15 anos eles reivindicam um ramal telefônico e nós
achamos que não havia nenhum problema que esta Casa colaborasse com o Executivo
e colocasse um ramal. Isso foi feito. Um ramal telefônico registrado, por
solicitação da Prefeitura. E agora vem o agradecimento do Sr. Sérgio Luiz dos
Reis, que é o Administrador do Parque Maurício Sirotsky Sobrinho. Isso motivou,
inclusive, uma festa, porque eles não acreditavam que alguém pudesse resolver
um problema de 15 anos. Eu me sinto satisfeito por ter atendido a essa reivindicação
tão pequena, mas para eles tão importante.
Apregoamos um ofício do Sr. Prefeito Municipal e solicitamos ao Sr. Secretário que faça a leitura.
O SR.
SECRETÁRIO: (Lê
o Ofício nº 327/GP.)
“Senhor Presidente:
Ao cumprimentá-lo,
respeitosamente, solicito a competente autorização legislativa para ausentar-me
do País, a partir das 08 horas do dia 21-07-97, retornando no final do dia
27-07-97.
Neste período estarei
tratando de assuntos particulares nas cidades de Montevidéo e Buenos Aires, sem
ônus para o Município. Assumirá o Executivo o Vice- Prefeito José Fortunati.
Contando com o entendimento
do nobre Poder Legislativo, reitero meus cordiais cumprimentos.
(a) Raul Pont, Prefeito.”
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 1627/97 - INDICAÇÃO Nº 054/97, de autoria do Ver. Carlos
Garcia, que sugere ao Senhor Governador do Estado seja efetuado policiamento
ostensivo na Rua Padre Caldas, no trecho compreendido entre a Rua Coronel
Vilagran Cabrita e a Rua Guilherme Alves, no Bairro Partenon.
Parecer
- da 1ª Comissão Representativa. Relator
Ver. Guilherme Barbosa: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão a Indicação
054/97. (Pausa.) Em votação. (Pausa.)
Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 1996/97 - INDICAÇÃO Nº 075/97, de autoria do Ver. Carlos
Garcia, que sugere ao Senhor Governador do Estado, através do órgão competente,
o início das obras da Escola Estadual de 1º Grau Prof. Oscar Pereira.
Parecer
- da 1ª Comissão Representativa. Relator
Ver. Fernando Záchia: pela aprovação.
O SR.
PRESIDENTE: Em discussão a Indicação 075/97, de autoria
do Ver. Carlos Garcia. (Pausa.) Em votação. O Ver. Adeli Sell está com a
palavra para encaminhar.
O SR. ADELI
SELL: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, quero-me
juntar ao Ver. Carlos Garcia nesta Indicação ao Governador, e também ao Parecer
do Ver. Fernando Záchia, pela aprovação, porque registramos aqui, há alguns
dias, preocupações acerca do estado de algumas escolas públicas estaduais e a
necessidade, inclusive, de vários casos de ampliações. E agora está em pauta o
problema da Escola Oscar Pereira. Acredito que é importante que esta Câmara se
manifeste, como se manifestou na Indicação anterior, por unanimidade, para
reforçar esse pedido do Vereador, porque temos necessidade, sim, de zelar pelas
nossas escolas públicas, sejam elas estaduais ou municipais. E toda vez que
aqui vier um pedido de providências para reforma, melhoria de escolas públicas
municipais, terá, sem dúvida nenhuma, o meu voto favorável. E como agora também
se trata de uma escola pública estadual no Município de Porto Alegre, quero-me
manifestar desta maneira, porque nós sempre ouvimos de todos os governos a
prioridade para a educação, mas estamos vendo as dificuldades encontradas em
vários e vários lugares pelo Brasil afora, e Porto Alegre também tem os seus
problemas, também tem as suas dificuldades. Por isso gostaria de vir aqui
registrar a nossa posição. Obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Em votação a Indicação 075/97 - Processo 1996/97. Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA
por unanimidade.
PROC. 1998/97 - INDICAÇÃO Nº
077/97, de
autoria do Ver. Carlos Garcia, que sugere ao Senhor Governador do Estado,
através do órgão competente, a colocação de mais funcionários para executarem
serviço de limpeza na Escola Estadual de lº Grau Prof. Oscar Pereira.
Parecer
- da 1ª Comissão Representativa.
Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação.
O SR.
PRESIDENTE: Indicação
077/97. Em discussão. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA
por unanimidade.
Requerimento 159/97, de autoria do Ver. Carlos Garcia, que requer Moção de Repúdio ao Projeto de Emenda Constitucional - PEC 74/96, que visa tornar obrigatória a aplicação em segurança pública dos valores repassados pelo Estado aos Municípios, oriundos de multas, em especial as de trânsito.
Em votação. Para encaminhar,
com a palavra o Ver. Carlos Garcia.
O SR. CARLOS
GARCIA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, o Projeto do Executivo de Emenda Constitucional
74/96 prevê que a receita proveniente de multas por infração de trânsito nas
vias públicas municipais será do Município onde essas se verificarem, sendo
repassadas no mês subseqüente ao da efetiva arrecadação. Além disso, na Emenda,
o Governo determina que essa verba deve ser repassada para a segurança pública.
O Dep. Bernardo de Souza, do nosso partido, que foi relator dessa Emenda,
manifestou que essa proposta do Executivo fere as diversas leis municipais
porque essa receita não requer exclusividade na questão da segurança pública.
Inclusive, o Dep. Bernardo
de Souza, para argumentar, coloca o seguinte, e vou citar as suas palavras
textuais:
“Para argumentar, poderíamos
admitir a destinação voluntária de tais recursos por prefeituras municipais
cujas comunidades estejam sendo penalizadas por carência dos aparelhos
destinados à segurança pública. A cooperação entre Estado e Municípios pode ser
uma forma razoável e legítima de solucionamento de tais problemas. Daí, porém,
não se infere que necessariamente todos os municípios rio-grandenses necessitem
de tal incremento na estrutura destinada à segurança pública, nem, muito menos,
que esse incremento deva ser resultado de uma perda de recursos orçamentários
que poderiam ser melhor empregados em outros serviços públicos, tais como
ensino, saneamento e saúde, estes sim expressamente atribuídos pela
Constituição Federal à Administração Municipal. Finalmente, é preciso destacar
que a Emenda pretende destinar recursos
para a melhoria da estrutura da segurança pública em sentido amplo e não
para o aperfeiçoamento das condições de segurança de trânsito, tema que,
efetivamente, integra o conjunto de atividades administrativas, cuja
competência é compartilhada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal e
pelos Municípios, de acordo com o disposto no artigo 23, 12a., Constituição
Federal.”
Pelos motivos expostos,
entendemos que esta receita não deva ser destinada exclusivamente à segurança
pública e, sim, a outros segmentos como educação e saúde também. Temos parecer
contrário a esta proposta de Emenda à Constituição, enviada pelo Poder
Executivo, e solicitamos aos demais Vereadores que sejam solidários com esta
Moção de Repúdio para que cada Município tenha a sua autonomia, que é muito
importante para cada vez mais assegurar a democracia. Que cada prefeito, junto com a Câmara de Vereadores local, possa
realmente destinar os melhores recursos para o seu Município. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Cyro Martini está com a palavra para encaminhar.
O SR. CYRO
MARTINI: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, obviamente nós teríamos, na qualidade de bancada
governista, de apoiar a iniciativa do nobre e distinto Ver. Carlos Garcia. O
repasse do valor arrecadado em função das multas é uma prescrição inserta na
Constituição Estadual em vigor. Por força de um entendimento, o constituinte, à
época da elaboração e aprovação da atual Constituição do Estado, houve por bem
repassar para o Município os valores arrecadados em razão de transgressões de trânsito
ocorrentes nas vias municipais, excluídas as estradas federais e, mais adiante,
através de uma emenda, inclusive as estradas estaduais. As multas arrecadadas a
partir das estradas estaduais e federais ficariam de fora. Ficariam apenas na
condição de obrigatoriamente serem repassadas as multas das vias urbanas,
multas aplicadas em razão das infrações de trânsito. O entendimento dos que
militam na Administração Pública, de um modo geral, e mesmo o do povo,
principalmente daqueles que estão mais atentos aos problemas de trânsito, foi
favorável a esse repasse.
Os valores são expressivos.
Há tempo, entretanto, o Governo do
Estado - se a memória não me falha, o Governador Britto - não repassa ao
Município nenhum recurso oriundo das multas de trânsito. Com esses recursos, o
que o Município faz? O Município usa esses recursos para aplicar nos
equipamentos de trânsito, tais como sinaleiras, faixas de segurança, placas,
lombadas eletrônicas e outros. Por isso são muito importantes esses recursos.
Entretanto, hoje o Município não pode contar com esses recursos, pois o Estado,
simplesmente, não os repassa. Aliás, o descumprimento de leis por parte do
Governo Britto é impressionante! Vejam que é a Constituição que determina isso.
Sabemos que a obrigatoriedade de cumprir a Constituição é regra número um. O
Governador Britto é o primeiro fraudador da lei que é a lei maior: a
Constituição.
Seria bom que o Ver. Záchia
transmitisse a ele a nossa apreensão nesse sentido, porque se o constituinte,
correspondendo aos anseios daqueles que militam na área do trânsito há muito
tempo - e mesmo com relação às pessoas do povo, que estão mais ligadas a essas
questões -, transferiu para o Município os valores arrecadados em função das
multas de trânsito, correspondendo ao apelo do povo e das autoridades do setor,
ele tem que cumprir. Pode até discordar, mas tem que cumprir. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. Fernando Záchia está com a palavra para encaminhar.
O SR. FERNANDO
ZÁCHIA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, a proposta do nobre Ver. Carlos Garcia me parece
um pouco exagerada. O Ver. Carlos Garcia, preocupado, atento e responsável como
é, exagera quando solicita uma Moção de Repúdio ao projeto de autoria do
Executivo. Apesar do pouco tempo que tenho como Vereador aqui - quatro anos e
meio -, já aprendi que um projeto não pode ser repudiado. A esse projeto não
podemos dar uma Moção de Repúdio. Nós podemos dar a Moção de Repúdio ao autor
do projeto, ao Governador do Estado, a um determinado Deputado. Eu vou ler a
Moção:
“Moção de Repúdio ao Projeto
de Lei de autoria do Executivo Estadual - proposta de Emenda Constitucional PEC
74/96, que tramita no Legislativo Estadual e que visa tornar obrigatória a
aplicação em segurança pública dos valores repassados pelo Estado aos
Municípios, oriundos de multas, em especial as de trânsito.”
Eu não estou aqui discutindo
o mérito. Eu até respeito muito o Ver. Cyro Martini, que é o especialista da
área, mas eu tenho uma preocupação, que não é só deste momento, Ver. Carlos
Garcia, e sim ao longo do tempo, de darmos uma Moção de Repúdio ao projeto e eu
não sei nem a quem encaminhar. E o próprio Ver. Garcia tem essa preocupação e
ele pede que seja enviado ao Presidente da Assembléia Legislativa do Estado do
Rio Grande do Sul, ao Deputado Estadual Bernardo de Souza, ao Deputado Estadual
Paulo Vidal, aos Presidentes das Câmaras Municipais da Região Metropolitana de
Porto Alegre.
Ora, Srs. Vereadores, com
todo o respeito, esta Casa, que tem uma tradição e uma história, vai dar uma
Moção de Repúdio ao projeto e não vai informar ninguém. Não, nós vamos informar
- veja bem, Ver. Garcia - a três Deputados Estaduais (o Presidente da
Assembléia e a dois que deram o parecer) e aos Presidentes de Câmaras
Municipais, mas o autor do projeto, que é o Executivo, não vai ser informado.
Esta Casa, no dia 16, teria, numa reunião, dado uma Moção de Repúdio ao
projeto, cujo autor é o Executivo.
Então, me parece que deveria ser encaminhada a Moção de Repúdio ao Governador
do Estado. A Câmara fará um ato que, na visão deste Vereador, torna-se
responsável, porque começa a não definir autoria e a não mostrar aos devidos
autores um ato feito por esta Câmara. E se perde e se esvazia.
Veja, Ver. Garcia, que eu
não tive a preocupação da discussão do mérito. Parece-me exagerado, porque a
Assembléia Legislativa poderá, e ela tem essa capacidade política, não aprovar
essa Emenda. Então, o ato estaria nulo. Há preocupação e antecipação de V. Exa.
antes de a própria Assembléia votar. Um colegiado legislativo poderia receber
uma Moção de Repúdio. Então, se V. Exa., com muita razão, quiser fazer uma pressão à Assembléia
Legislativa, eu até entendo seu ato. Mas insisto, Ver. João Dib: nos quatro
anos e meio que tenho como experiência nesta Câmara, e V. Exa. tem sete vezes
isso, eu nunca vi esta Casa dar uma Moção de Repúdio a um projeto. Já vi, já
votei - onde me posicionei favorável e contrariamente - moções de repúdio a
autores de projetos. Pois essa pessoa jurídica não existe para que ela receba desta
Casa a Moção de Repúdio. E gostaria de saber quem é que assina o recebimento de
uma Moção de Repúdio em nome do projeto. Esta é minha dúvida, Ver. Garcia.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.
O SR. JOÃO
DIB: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, vou repetir: moção, emoção, confusão, agressão.
Eu, como o Ver. Záchia disse que tem quatro anos e meio nesta Casa, tenho um
pouquinho mais. Agora, não vi ainda propor repúdio a algo que não se conhece.
Vou repetir: não vi propor repúdio a algo que não se conhece. O expediente aqui
apresentado não tem o texto da emenda governamental; então, não tem o que ser
votado. Absolutamente nada! Existe o parecer do douto Deputado Bernardo de
Souza, mas o douto Deputado esqueceu de colocar o texto da proposição
governamental. E, depois, tem uma
coisa: o que é segurança pública? Trânsito se inclui na segurança pública. E as
prefeituras poderão sinalizar as cidades, poderão colocar iluminação em determinados
pontos que facilitam a segurança do trânsito. Então, não vejo que haja matéria
para ser votada.
Não quero submeter esta Casa
ao vexame de votar contra algo que não conhece. Eu desafio, a partir do autor,
qualquer outro Vereador capaz de me dizer o texto da Emenda Constitucional
proposta pelo Governo. Desafio, Ver. Garcia, qualquer Vereador a que me diga o
texto da Emenda Constitucional proposta pelo Governo, me diga a justificativa,
a exposição de motivos do Governo para propor tal emenda. Eu desafio. E a Casa
vai votar Moção de Repúdio! Eu sempre sou contrário a Moção de Repúdio, contra
o que não conhece. É inédito!
Esta Casa é séria, austera,
inteligente, culta, preparada. Não pode cometer esse equívoco, porque, volto a
dizer, o processo não traz o texto da Emenda. E o parecer do douto jurista
Bernardo de Souza também não coloca o texto da Emenda. Só se manifesta
contrariamente, mostrando o que compete ao Município, à independência que ele
tem, mas não diz qual é o texto da Emenda. Portanto, a minha proposição é que
seja unanimemente rejeitada essa proposta do douto e sério Ver. Carlos Garcia.
Saúde e paz!
(Não revisto pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Em votação o Requerimento
159/97. A votação será nominal por solicitação
do Ver. João Dib. (Após a chamada.)
APROVADO por 07 votos SIM, 02
votos NÃO.
O SR. JOÃO DIB
(Requerimento): Requeiro a V. Exa que solicite à Assembléia Legislativa o texto da
Emenda que foi repudiada, porque eu tenho absoluta convicção de que esta Casa
não a conhece. O texto da Emenda e a exposição de motivos que a acompanha.
O SR.
PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Passamos ao próximo Requerimento.
O SR. 1º
SECRETÁRIO:
Requerimento 163/97, da Vera. Clênia Maranhão: (Lê.)
“Solicito seja autorizada
minha participação, como representante deste Legislativo, na Conferência
Internacional de Educação para Adultos, promovida pela UNESCO e organizada com
outros organismos internacionais, a realizar-se na Cidade de Hamburgo,
Alemanha, entre os dias 14 a 18 do mês curso, conforme a programação em anexo.
Solicito o pagamento de quatro diárias, esclarecendo que não há necessidade de
pagamento de passagens para a referida viagem. Como membro da Comissão de
Educação, Cultura e Esportes desta Casa, considero de grande relevância a
participação neste evento para o aperfeiçoamento das atividades da referida
Comissão e do Legislativo como um todo. Na Conferência se reunirão
participantes de todo o mundo, de todos os setores, tais como dirigentes de
Estado, lideranças de entidades governamentais e não-governamentais e das
Nações Unidas. O objetivo da Conferência é um compromisso político
internacional com a perspectiva de educação permanente, com vistas a facilitar
a participação de todos no processo de desenvolvimento sustentado e
participativo.”
O SR.
PRESIDENTE: A Mesa esclarece que a Vera. Clênia Maranhão
recebeu a confirmação desse convite no dia 11, se não me engano, quinta-feira.
Não havia como votarmos uma viagem para segunda-feira. O convite com a passagem
fez com que ela aceitasse viajar. A Mesa teve que encaminhar o assunto porque
achou que era importante e solicitou que ela fizesse o Requerimento “ad
referendum” desse Plenário, e algumas Lideranças foram consultadas - outras não
porque no momento não se encontravam. Achamos que era muito importante que ela
fosse não só como uma pessoa, mas que representasse a Câmara. Foi o que
solicitamos a ela e por isso encaminhamos a sugestão de que ela recebesse as
diárias. Ela não pediu diárias e também não precisou das passagens. As diárias,
que poderiam ser cinco ou seis, ficaram em quatro diárias, que achamos que ela
tinha direito a isso, porque ela está em representação da Câmara num encontro
internacional feito pela UNESCO. Eu estou esclarecendo isso porque, de fato, é
um caso extraordinário no momento da Representativa - a Casa esvaziada num fim de semana -, e ela tinha que viajar na
segunda-feira.
Em votação. O Ver. João Dib
está com a palavra para encaminhar.
O SR. JOÃO
DIB: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, se há alguma coisa que precisa de mais estudos é
o programa de viagens da Câmara Municipal. Eu acho que as coisas estão ocorrendo com muita facilidade. Eu lembraria
a Câmara de Triunfo, mostrada no Brasil inteiro. De repente, nós estamos
viajando para o exterior com a maior facilidade. Eu me sinto absolutamente
tranqüilo, porque todas as vezes votei contrariamente. Não tenho nenhuma
restrição e também não tenho nenhuma dificuldade de ser convidado para qualquer
evento mundial. Eu, querendo viajar para um determinado país, pesquiso. (Aparte
anti-regimental do Ver. José Valdir.) Não, Ver. José Valdir, eu vou ser
convidado porque eu digo que fui ex-Prefeito, que sou Vereador por sete vezes,
que eu tenho interesse no assunto que
vai ser debatido lá. Isso é muito fácil, muito mais do que V. Exa. pensa.
Agora, eu votaria em uma viagem para V. Exa. porque tem a sensibilidade do
poeta e essa sempre me impressiona.
Mas eu não estou entendendo
mais nada. Nós estamos viajando muito para o exterior. Eu acho até que nós
podemos conhecer problemas mais locais e aí até entenderia. Viajar para um país
que eu não conheço a língua?! Eu sei que tem tradução simultânea. Eu sei tudo
isso, mas eu acho que se precisava fazer um estudo. E por que não sou eu, o
João Dib, o mais antigo Vereador da Casa que vai ir para a Alemanha no
Congresso da UNESCO? Por que não eu? Se é para representar a Câmara, será que
alguém representa melhor que eu? Olha que falta de modéstia! Não tem nenhuma
modéstia. Seria cinismo eu dizer que não seria capaz de bem representar a
Câmara em qualquer lugar do mundo. Então, eu quero saber por que não eu? É
claro que eu não iria - já vou adiantar -, mas eu teria que ser consultado para
representar a Câmara. Por que não eu? Por que não o Ver. Záchia, o Ver. Braz, o
Ver. Guimarães, o Ver. Sabino, que encontraria amigos que até o ajudariam lá na
Alemanha? Eu não vejo o porquê dessas
viagens.
Eu me lembro do mês de maio
de 1983, quando eu era Prefeito: recebi um convite do Governo de Porto Rico, da
Cidade de São João do Porto Rico. Me mandaram as passagens, pagaram a minha
estada. Não custou um centavo para a Prefeitura de Porto Alegre e a Câmara
discutiu mais de duas horas para me autorizar para viajar. Agora, aqui, em
menos de dois minutos, se eu não falo, já teria sido aprovada.
Como eu tenho feito
sistematicamente, para ir para fora do País, a não ser que haja algo de
extraordinário que vincule a Câmara Municipal, eu vou votar contrariamente,
lembrando, também, que talvez o Regimento deveria estabelecer como, quando e
quem viaja. Quem representa a Câmara? Para isso teria que haver uma votação de
Plenário. Não houve. Ninguém disse. Eu reconheço que o Presidente se preocupou
em representar a Casa. Mas, Presidente, precisava de autorização do Plenário e,
se depender de mim, não vai ter. Saúde e paz! Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
A SRA. MARIA
DO ROSÁRIO (Solicitação): Sr. Presidente, eu quero fazer um Requerimento, a partir da fala do
Ver. João Dib, de que nós tenhamos, de forma transparente, as últimas representações
que a Casa fez, talvez até, inclusive, pegando da legislatura passada para cá.
Eu faço esse Requerimento no sentido de que nós todos, e inclusive a população,
tenhamos acesso a esta informação.
Peço que o Ver. João Dib me
perdoe, mas vou avançar um pouco mais no meu Requerimento, justamente para que
confusões como a que ele apontou, possivelmente, em que a nossa Casa e outras
que não têm tido seriedade no trato da coisa pública, não se estabeleçam.
Então, eu gostaria, Sr. Presidente, que fosse colocado aos Srs. Vereadores uma
listagem dos momentos em que a Casa esteve em representação e quem esteve
representando desde a última legislatura e, inclusive, no sentido de que nós
possamos não incorrer em injustiças que, me parece, seriam essas.
O SR.
PRESIDENTE: A
Câmara encaminhará aos Srs. Vereadores todas as solicitações feitas pela Vera.
Maria do Rosário. E está anexo ao Requerimento da Vera. Clênia Maranhão um
convite pessoal, feito pela entidade que promove o Congresso - a UNESCO e
Institute for Education -, encontro este que, desta vez, será em Hamburgo, já
que ocorre a cada ano em um país diferente. Até poderíamos, inclusive, pelo
Regimento, resolver essa questão, porque, quando a Sessão é após um processo
desses, e que é corriqueiro na Casa, e como não tinha gasto com passagem - e a
Vereadora não está pedindo as diárias, que foram sugeridas por nós, já que é um
direito dela -, então, não há essa comparação. Isso fica por conta do Vereador.
A Mesa não concorda. E acho que é um excesso de linguagem, que respeitamos,
pois não temos nenhuma dúvida de que estamos trabalhando com transparência;
senão, nem tinha vindo para cá isso.
O SR. JOÃO DIB
(Solicitação):
Sr. Presidente, no meu caso, foi excesso de zelo. Mas gostaria de fazer um
adendo ao requerimento da Vera. Maria do Rosário: que a pesquisa retroagisse a
1o. de janeiro de 1989, quando muitos dos Vereadores já estavam aqui.
O SR. GERSON
ALMEIDA: Vamos,
então, retroagir a 1980.
O SR.
PRESIDENTE: A
Mesa está com um problema de critério.
O SR. GERSON
ALMEIDA: Senão,
Ver. Dib, acho que V. Exa. está brincando.
O SR. JOÃO
DIB: Não
estou brincando. É brincadeira dizer que estou brincando!
O SR.
PRESIDENTE: Está
em votação o Requerimento da Vera. Clênia Maranhão. Esses outros serão
colocados em votação logo a seguir. Agora
estamos em processo de encaminhamento do Requerimento da Vera. Clênia Maranhão.
Logo após poderemos analisar as questões supervenientes que vieram a este
Plenário.
O Ver. Fernando Záchia está
com a palavra para encaminhar.
O SR. FERNANDO
ZÁCHIA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, venho a esta tribuna posicionando-me favoravelmente à viagem da Vera. Clênia
porque entendo que esta Casa tem que deixar de lado, discordando do meu querido
e fraterno amigo Ver. João Dib, as comparações com outras casas, porque esta
Casa tem uma história, e os Vereadores que a compõem têm demonstrado isso ao
longo do tempo. V. Exa., mais do que ninguém, sabe disso, porque já exerceu
sete mandatos. Os próprios Vereadores que compõem esta legislatura e a passada
têm sido extremamente zelosos em relação ao nome da Casa. Entendo que, em uma
participação em uma Conferência da UNESCO, a Vera. Clênia representará muito
bem esta Casa, com ônus para esta Casa somente nas diárias, já que a passagem
faz parte do seu convite.
É inadmissível que ninguém
desta Casa a represente em uma conferência de extrema importância. Existe uma
qualificação, um intercâmbio e um ganho para que possamos, ao longo do
exercício dos nossos mandatos, aplicarmos essa experiência, adquirida
certamente pela Vereadora em Hamburgo,
no cotidiano. Temos de ter a tranqüilidade de sabermos das limitações
que esta Casa oferece aos Vereadores. Sabemos das nossas responsabilidades como
Vereadores, mas não podemos fazer o discurso de que não se pode gastar, porque
isso é cultura e faz parte do exercício do mandato. Toda participação, toda convivência em uma
conferência, em um congresso, em alguma atividade cultural mundial será um
ganho muito grande para a Casa e, sem dúvida alguma, algo desse ganho será
repassado para o nosso Município.
Encaminho favoravelmente.
Penso que a discussão é desnecessária pela grandeza do ato, pela grandeza da
ação e pelo pouco custo que envolve para esta Câmara Municipal. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: A
Vera. Maria do Rosário está com a palavra para encaminhar.
A SRA. MARIA
DO ROSÁRIO: Sr.
Presidente e Ss. Vereadores, encaminho favoravelmente e penso que a Mesa atuou
com bastante zelo trazendo a questão para o Plenário, orientando a Vereadora
também sobre como ela poderia, uma vez que iria até Hamburgo como convidada,
representar também a Casa. Uma conferência como esta, sobre a educação de
pessoas adultas, como um desafio para o próximo século, de fato justifica a
participação de uma Vereadora desta Casa. Esse é um dos grandes desafios,
inclusive, que nós estamos debatendo em Porto Alegre. Vejam os Senhores que,
numa das Sessões finais, antes de ingressarmos no recesso, nós analisamos aqui
a questão do Movimento de Alfabetização de Porto Alegre, com desafios muito
claros, com metas estabelecidas, e, naqueles cadernos, onde nós podemos ler
toda a filosofia e organização do trabalho do MOVA, um destaque especial para a
necessidade, nesta época, de atendermos a alfabetização das mulheres. Sem
dúvida, uma das grandes chagas deste nosso século e que permanece às vésperas
do próximo milênio é o analfabetismo, a ignorância que, de um modo específico,
muito diretamente atinge um contingente da nossa população, que é o contingente
feminino. Então, eu acredito que a Vera. Clênia Maranhão tem plenas condições
de trazer para esta Casa o que se passa hoje em termos de reflexão mundial da
UNESCO acerca da alfabetização, dos processos e da organização que os
diferentes países estão encontrando para o
enfrentamento desta chaga social.
Nós sabemos muito bem que,
tantas e tantas vezes, acordos internacionais são estabelecidos e, no entanto,
não são cumpridos nos países de origem. Pois bem: a presença da Vera. Clênia
Maranhão poderá servir para esta Casa como mais uma possibilidade para
acompanharmos essas diretrizes ali tomadas, cobrando do nosso próprio Governo
aquilo que ele estabelecer como política frente aos outros governos e à
UNESCO.
Então, creio, Sr.
Presidente Ver. Clovis Ilgenfritz
e Ver. João Dib, que me escuta tão
atentamente, que nós podemos e devemos ter um zelo estabelecido. Aqui
trabalhamos nós com a coisa pública, com recursos públicos, mas, em nenhum
momento, eu posso aceitar que o meu fraterno amigo João Dib teça qualquer
comparação com outra Câmara Municipal. Se não comparou, se só lembrou, eu
considero que a lembrança já faz com que nós nos sintamos alertas, mas, de
alguma forma, Ver. João Dib, não acomodados, porque sabemos do zelo que temos
tido. Se esta sua frase, Ver. João Dib, passa a ser colocada para o conjunto da
sociedade, pode desfazer muito do nosso trabalho. Divulga-se muito pouco do
bom; se divulga muito pouco do trabalho de cada um de nós. Temos muita
dificuldade para mostrarmos na imprensa o trabalho de cada Vereador, mas as
brigas que possam acontecer, porventura, em um momento diferenciado no Plenário
ou fora dele, e aquilo que pode ser destacado, lembrado ou comparado como negativo chama a atenção
sobremaneira. Existe um movimento muito claro para tentar incluir a nossa
Câmara Municipal dentro do estabelecimento negativo que se faz ao Parlamento em
plano federal e estadual, e creio que
precisamos ter zelo não somente pelos recursos, mas pelo patrimônio
principal que temos e que tenho certeza que V. Exa. tem, assim como os outros
Vereadores têm, que é o patrimônio da
nossa imagem pública.
Portanto, Ver. João Dib, fraternalmente, quero dizer
que não concordo com qualquer lembrança
da Câmara de Triunfo relacionada à nossa Casa, e digo isso com muito apreço, porque também me sinto
responsável pela Câmara Municipal de Porto Alegre - pelo menos, 1/33 é de minha
responsabilidade. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE:
Em votação o Requerimento de autoria da Vera. Clênia Maranhão. Os Srs. Vereadores
que concordam com o Requerimento permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO, com o voto contrário do Ver.
João Dib.
SR. 1º SECRETÁRIO: Requerimento 156/97, de autoria do Ver. Cyro Martini, que
encaminha Moção de Protesto contra manifestação do Ministro da Fazenda, Pedro
Malan, por suas declarações desabonadoras aos funcionários públicos, divulgadas
pelos meios de comunicação social.
O SR. LUIZ
BRAZ (Esclarecimento): Sr. Presidente, eu gostaria que pudesse ser explicado como é que foi
feito o cálculo para montar esta Comissão Representativa, já que, pelo que eu
sei, ela é montada de acordo com a
proporcionalidade das Bancadas. E agora estamos percebendo que a Bancada
do PT tem oito Vereadores, de um grupo de 17, o que contraria a
proporcionalidade da Casa, porque, com oito Vereadores, a Bancada do PT ficará
com 46% da Casa, enquanto, na verdade, ela tem 42% da Casa. E a Bancada do PTB,
que tem 15% da Casa, cai para 11% da Casa. Então, eu pediria a V. Exa. que
pudesse conseguir, através da Diretoria Legislativa, as explicações de como foi
montada esta proporcionalidade para a Representativa.
O SR.
PRESIDENTE: A
Mesa dará essa resposta após consultar a Diretoria Legislativa, que instruiu o
processo durante a votação que esta Casa fez no dia 1º de janeiro, quando
votamos uma Comissão Representativa e os partidos não se deram conta disso.
Passamos toda a primeira parte da Representativa com essa proporção. E, por
isso, iremos consultar para verificar onde se encontra a falha, para que a
possamos corrigir imediatamente.
Em votação o Requerimento. O Ver. Cyro Martini está com a palavra para encaminhar.
O SR. CYRO
MARTINI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, cumpre-me,
nesta oportunidade, o sagrado dever de comparecer a esta tribuna em nome do
funcionalismo público em geral. Essa Moção de Protesto se relaciona à
manifestação do Ministro Pedro Malan divulgada pelos meios de comunicação
social, especialmente pelo jornal “Zero Hora”, no último dia 5, manifestação na
qual ele disse, na ocasião, em Brasília, em palestra aos presidentes dos
Tribunais Regionais do Trabalho, que faltava dos Estados cobrar um mínimo de
“sangue, suor e lágrimas” dos funcionários públicos pelo salário que recebem e
pela estabilidade. Na Justificativa, procurei tornar clara uma posição que
entendo não ser exclusivamente minha, mas do funcionalismo municipal, estadual
e federal, a quem a manifestação diz respeito.
Para buscar justificar
contra as arremetidas do Governo Federal, ao qual pertence o Ministro em
menção, em desfavor de direitos consagrados do funcionalismo público, nas quais
não tem esse a cautela de não assacar injúrias contra a honra e o empenho dos
servidores públicos, basta flagrar no depoimento a leviandade da declaração que
põe todos os funcionários no mesmo saco. Não demonstra a mínima consciência
acerca da injustiça de suas agressões morais e verbais contra o carinho e a
dedicação postos em favor do serviço público pela maioria esmagadora dos
quadros funcionais. Agride moralmente sem qualquer pejo.
O Ministro, certamente,
espelha-se no comportamento de apaniguados, acobertados por ele, ou no de gente
de seu círculo pessoal de relações, deduzindo, a partir daí - o que é
lastimável sob todos os aspectos - que todos os funcionários são, sem exceção,
“vagabundos e negligentes”.
Manifestações como essa
mostram, de outra parte, a tranqüilidade irresponsável apresentada pelo Governo
Federal em suas atuações e em seus depoimentos a respeito de muitas questões,
dando flagrante demonstração da segurança, pela qual vê sucesso na sua sorte
futura. Pouco se importa se são aleivosas ou não suas declarações. O futuro,
todavia, certamente, dar-lhe-á a resposta exigida pela Justiça, decepando-lhe a voz da mentira e lhe impondo
sobremodo a verdade, a eqüidade e a reparação moral, a que têm absoluto direito
os servidores públicos no território nacional.
Essa manifestação aleivosa,
desrespeitosa, achincalhante, humilhante,
com relação aos funcionários públicos, vem ao encontro das diretrizes
perseguidas pelo Sr. Presidente da República em todas as suas manifestações
relativamente aos funcionários públicos de um modo geral. O deboche é claro e
flagrante na maneira como o Sr. Presidente da República se dirige aos
funcionários de modo geral e, de modo especial, ao próprio povo. Ora, se uma
linha de deboche, de desrespeito e desconsideração é seguida pelo Presidente da
República, obviamente que esse desrespeito será traduzido no comportamento e
nas manifestações dos seus ministros. O Dr. Pedro Malan deve, no mínimo, ter a
cautela de respeitar o funcionário de modo geral. Agora vem ele, diante de uma
assembléia excelsa como aquela dos presidentes de Tribunais, ofender, agredir
moralmente o funcionalismo. Isso é uma leviandade, é uma irresponsabilidade que
cobramos até do menor funcionário de qualquer empresa. De um Ministro da
República, ficamos estupefatos, boquiabertos, sem saber o que fazer, porque é
um deboche, um desrespeito total. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Encerrados os encaminhamentos. Em votação o Requerimento. Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Requerimento 157/97, de
autoria do Ver. Adeli Sell, que requer Moção de Solidariedade à realização do
Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e à indicação deste Legislativo para
sediar o próximo evento.
Em votação o Requerimento. O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para encaminhar.
O SR. ADELI
SELL: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, não é preciso dizer muito da importância que têm
os biblioteconomistas no nosso País, um país com grandes dificuldades na
cultura. Eu queria que esta Casa aprovasse uma Moção de Solidariedade ao
Congresso, que realizar-se-á nos
próximos dias, e à indicação da nossa Capital, Porto Alegre, para sediar o
próximo evento, que será no ano 2000, porque é um encontro importante. Acho que
Porto Alegre pode ter esse encontro no ano 2000, e esta Câmara poderia e
deveria, na minha opinião, ser solidária e, de antemão, colocar no Congresso o
seu apoio para que o próximo encontro se realize em Porto Alegre. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Em
votação. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(Obs.: Foram aprovados os
demais Requerimentos constantes da Ata.)
Passamos às
COMUNICAÇÕES
O Ver. Renato Guimarães está
com a palavra.
O SR. RENATO
GUIMARÃES:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, uso este tempo para destacar um assunto que o
Ver. Paulo Brum já trouxe à Casa hoje com a Moção de Repúdio à proposição do
Governo Federal, através de medida provisória, de rediscutir os benefícios
continuados aos idosos e aos deficientes físicos e mentais. A luta do movimento
popular para a construção de uma Constituição que viesse a agregar direitos dos
trabalhadores e dos cidadãos brasileiros foi árdua. Conseguimos, em 1988,
construir uma das melhores Constituições do mundo. Vemos diariamente o Governo
FHC descumprir essa lei e tentar, através de medida provisória, desfigurar a
Constituição Brasileira.
Vera. Anamaria Negroni, do
PSDB, partido do Governo FHC, já lhe dou o aparte. Gostaria até de trazer um
dado ao debate. O Governo do Fernando Henrique Cardoso, no ano de 1996, editou 648 medidas
provisórias e, dessas, apenas 15 se transformaram em lei. Nós estamos
convivendo com um governo que governa o País desconsiderando a Constituição,
desconsiderando o Congresso Nacional. Neste ano de 1997, este Governo, do FHC,
já editou 327 medidas provisórias.
A Sra.
Anamaria Negroni: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Por gentileza,
Ver. Renato Guimarães, nesta Casa ficou decidido que nós não usaríamos mais
esse termo “FHC”, como V. Exa. acaba de dizer. Pelo que contei, foi usado o
termo quatro vezes, no mínimo. Foi decidido, inclusive pelas Lideranças desta
Casa, que não se usaria mais esse termo, porque jamais foi usado por esta
Vereadora ou por qualquer outro Vereador desta Casa a sigla “CI”, que poderia
ser “correspondência interna” e pode ser também “Clovis Ingenfritz”, a sigla
“RP”, que poderia ser “relações públicas”, poderia ser “Raul Pont”. Nós não usamos
essas siglas. Gostaria que V. Exa. retificasse em seu discurso desta manhã
essas iniciais que V. Exa. acaba de colocar.
O SR. RENATO
GUIMARÃES:
Está dado o seu aparte, Vereadora. Continuando a nossa intervenção, eu gostaria
de destacar que na nossa Constituição, no art. 203, a assistência social será
prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade
social, e tem por objetivo, no 5º parágrafo, a garantia de um salário mínimo de
benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprove não
possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la promovida por sua
família, conforme dispuser a lei. O movimento social fez toda uma luta e se
conseguiu, no ano de 1993, regulamentar
o art. 203 da Constituição, a Lei Orgânica da assistência social, que garante
como benefício continuado esse benefício ao idoso e ao deficiente físico e
mental. Agora, por um ato autoritário do Presidente Fernando Henrique Cardoso,
que governa desconsiderando o debate com a sociedade, que governa
desconsiderando o Congresso Nacional, com mais uma medida provisória tenta,
simplesmente, eliminar esse benefício continuado aos idosos que tenham menos de
70 anos.
A proposição da medida
provisória é que idosos que tenham menos de 70 anos, que não tenham condições
de se manter, não recebam, porque a lei diz que, se o idoso tem 65 anos e é
incapaz de trabalhar, ele recebe o benefício. A medida provisória ataca esse
elemento e a questão de que, hoje, uma família que tem um deficiente físico ou
mental com sete, com 15 anos também perderia esse benefício, porque seria só a
partir de 21 anos.
Eu gostaria de insistir,
porque o argumento principal que o Governo está usando para cortar esse
benefício é a questão de que hoje são 550 mil famílias que o recebem e é muito
gasto para o Governo; portanto, tem que mudar o benefício. Eu gostaria de
perguntar ao Presidente Fernando Henrique Cardoso se não é muito gasto passar
sete bilhões do dinheiro público para bancos privados? O Governo Federal passou
isso aos bancos privados. Agora, para gastar com o idoso, com a criança, com o
adolescente que tem deficiência mental ou física, não pode gastar. Com a saúde,
não pode gastar. Mas com o setor privado, com os usineiros, com o Pró-Álcool
pode gastar. Agora, com o povo brasileiro não pode!
O Sr. Paulo
Brum: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Essa questão do benefício da
pensão continuada foi muito decantada, na época, dizendo que seria dada uma
aposentadoria ao deficiente, uma aposentadoria ao deficiente carente e que, na
verdade, não é uma aposentadoria.
Ver. João Dib, informo que
estou falando como um Vereador, só que não estou ocupando a tribuna neste
momento.
Ver. Renato Guimarães, em
1996, o próprio Presidente da República Fernando Henrique Cardoso, em uma
audiência no Uruguai, em diversas emissoras, falou para o mundo inteiro que
iria mandar rever a questão da renda “per capita”, que hoje é 1/4 de um salário mínimo. Declarou que passaria a
renda “per capita” para meio salário mínimo. E surpreendendo, em vez de
beneficiar mais deficientes físicos e idosos carentes, ele vem, com essa
medida, impedir que mais pessoas possam se beneficiar. Na verdade, não seria um
benefício. Seria apenas uma prestação de assistência social visto que neste
País o povo esta cada vez menos assistido.
O SR. RENATO
GUIMARÃES:
É uma conquista do movimento social, uma conquista do cidadão brasileiro. Está
garantido na Constituição e na Lei Orgânica da assistência social e, no meu
entendimento, é uma safadeza com o povo brasileiro simplesmente desconsiderar
as conquistas sociais deste povo. E esse Governo, a todo momento, rasga a
Constituição Brasileira através de um processo autoritário de medida provisória
e mais uma vez corta as verbas para a assistência social. E manda para onde
esses recursos? Para pagar juros da dívida, para emprestar para usineiros,
emprestar para bancos privados. É só isso que o Governo Federal sabe fazer e
não consegue apresentar uma proposta que atenda as reivindicações das áreas
sociais. Mas espero que reconsidere isso, porque é uma afronta aos direitos do
povo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, chego aqui na Casa e vejo esse
pronunciamento entusiasmado do Ver. Renato Guimarães sobre situações as
mais diversas, produzindo as maiores confusões e se prevalecendo de que os nossos Anais só podem registrar o
que é dito, sem ter a menor possibilidade de protesto, porque até os Anais
protestariam diante das diatribes que foram colocadas sob a pretensão de se
dizer a verdade. Houve as maiores confusões. Nós ficamos em uma situação como
se o ser humano, o homem, colocasse o paletó no lugar das calças e esta no
lugar do paletó, andando pelas ruas, parecendo um espantalho, a apresentar-se,
perante todos, como se fosse o fruto da revelação da verdade divina que, de um
momento para outro, surgiu na terra.
Dizem absurdos como, por
exemplo, que tiram dinheiro dos velhinhos para dar dinheiro para os bancos.
Quem não sabe que não há recursos públicos do PROER, que ele é feito com os
recursos do compulsório de dinheiro de banqueiro para banqueiro, de depositante
e de depositado? Não existe essa história, Vereador! Não tire de nós a oportunidade
de estar junto ao Ver. Paulo Brum em uma causa boa. Queremos defender essas
posições que o Ver. Paulo Brum defende, porque são justas, mas não venha com
colocações insustentáveis que nos colocam, inclusive, em uma posição de
antagonismo, não ao cerne de uma proposição em defesa daquele protegido,
necessariamente, pela Previdência Social, dentro de planos que ajudamos a
construir e que queremos vê-los executados, que não queremos vê-los
modificados, pelo menos dessa maneira que se pretende modificar. Mas não se use
para isso argumento de tal ordem, que
desvalorize a proposição, tal a falta de sustentação fática para as coisas que
são ditas nesta Casa.
Este é o Legislativo da
Cidade de Porto Alegre. Aqui não podemos cometer esses impropérios, essas
diatribes, essas inconsistências, porque isso compromete até mesmo o nosso
trabalho.
Gostaria até, Ver. Paulo Brum, que V. Exa., que é um homem
tranqüilo, calmo e identificado com essas causas, recolocasse esse problema na
devida posição, até para podermos acompanhá-lo. Não há dúvida nenhuma de que,
quanto a esse aspecto da proposição, ninguém, de sã consciência, pode dizer que
não está preocupado nesta ora. E o Presidente Fernando Henrique teve a
grandeza, na semana passada, de reconhecer que, às vezes, sob a pretensão de se
combater privilégio, atacam-se direitos adquiridos e situações que não são
passíveis de serem modificadas, porque até foram colocadas em prática com algum
tempo de atraso e, necessariamente, deveriam ter sido colocadas em prática anteriormente.
Acho que aqui não tem nenhum Vereador que pense que o Fernando
Henrique é um homem infalível, o homem que descobriu tudo o que é certo e que
tudo que ele faz é certo. Eu quero que os meus amigos que se opõem radicalmente
ao Fernando Henrique me dêem uma oportunidade de mostrar a eles que eu não sou
radical, que eu não sou daqueles que está na fila do beija-mão para bater
palmas para o governante do dia. Eu tenho espírito crítico e tenho certeza de
que o governante de hoje, como o governante de ontem, como o governante de
amanhã, com muita freqüência haverá de
errar. Eu acho que, no essencial, no fundamental, o Fernando Henrique vai muito
bem, mas erra em muitas coisas. E quero estar junto com os críticos, se a
crítica não for uma crítica passional, histérica, epidêmica, inconseqüente. Eu
quero estar junto com os críticos para somar no interesse da Nação, para somar
no interesse da sociedade, para somar no interesse da população brasileira, que
é maior que o Fernando Henrique, que é maior que o PT, é maior que o PFL, é
maior que todos nós. A população brasileira tem que ser o objeto final da nossa
preocupação. Por essa população... E eu já disse várias vezes para um dos
melhores Vereadores que esta nova safra nos ofereceu aqui, que é o Ver. Juarez
Pinheiro, do PT, com quem nós temos discutidos muitas vezes, que nós precisamos
estabelecer o mínimo - e este mínimo é o interesse público. E o interesse
público não é do PT, não é do PFL, não é do PSDB, não é de ninguém - é de
todos.
Então, diante destes
fundamentos equivocados naquele objetivo do protesto, eu quero, Ver. Paulo
Brum, lhe pedir um socorro: V. Exa., que é especialista no assunto, restabeleça
o assunto nos termos em que ele merece ser colocado e conte, desde logo, com o
apoio deste seu modesto companheiro de trabalho. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Esclareço aos Srs. Vereadores que tem sido
uma norma da Casa que o Ver. Paulo Brum use o seu microfone na Mesa para não
haver a necessidade de deslocamento cada vez que ele precisar falar. Isso foi
feito desde o início do ano. Não é nenhum privilégio. Ver. João Dib, nós também
consideramos que V. Exa., sempre que
desejar, poderá falar da tribuna e terá todo o nosso apoio. É necessário
que se tenha esse tipo de tratamento mútuo e cordial.
O Ver. Paulo Brum está com a palavra em Comunicações.
O SR. PAULO
BRUM: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, vou-me manifestar sobre o assunto apenas para
esclarecer o Ver. Reginaldo Pujol de que apresentamos uma Moção de Repúdio, e que foi aprovada neste
Plenário, ao Ministro da Previdência
Reinhold Stephanes pela medida provisória que restringe a questão do
recebimento da prestação continuada e tão decantada como salário mínimo do deficiente
e do idoso com mais de 70 anos que não tenha meio de manter a sua sobrevivência
ou que não tenha quem o sustente ou o mantenha. Essa medida não é uma
aposentadoria e sim uma ajuda. Vejam bem: para que um deficiente ou idoso
carente tenha acesso a esse benefício é considerado que 1/4 da renda “per
capita” de quem os mantenha, ou seja, renda de 120 reais, a família tem que ter
quatro pessoas sob sua guarda e um desses quatro deve ser deficiente. Na
realidade, quem está recebendo esse
benefício são os deficientes totalmente carentes, mendigos, indigentes,
idosos que se encontram dentro dessa mesma classificação. Não conseguimos
entender como uma família com 120 reais possa dar sobrevida, sobrevivência a
quatro pessoas. Com essa medida, uma das tantas questões é que, quando foi
editado o procedimento na questão dos idosos, primeiro, acima de 70 anos,
existe uma progressão que, de dois em dois anos, baixaria até chegar a 65 anos.
Um idoso com 65 anos, totalmente carente, totalmente indigente teria acesso a
esse benefício. Com essa medida que agora o Ministro está baixando, está
dizendo o seguinte: que só vai ser mantido os 70 anos. O idoso com 65 anos não
vai ser mais beneficiado com esse favor.
O Sr.
Reginaldo Pujol: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu sabia que V.
Exa., com o conhecimento que tem do assunto, iria colocar os termos adequados.
Por isso, lhe faço uma pergunta - evidentemente que estou solidário com V. Exa.
na sua luta, mas pergunto se essa medida foi anunciada, já está sendo posta em
prática, é estudo, é iniciativa, é proposição, é medida provisória. Qual é a
real situação das intenções do Ministro Reinhold Stephanes?
O SR. PAULO
BRUM: Eu
fiquei sabendo através da imprensa no dia de hoje. Vou-lhe passar a informação
correta, se foi editada ou não essa medida, até porque também foi anunciada a
questão contra os pensionistas e o nosso Presidente da República voltou atrás,
reconsiderou. Nós aguardamos, com anseio, que, através dessas nossas
colocações, com certeza, o Brasil inteiro deve estar se pronunciando a esse
respeito, porque é uma das questões, também, que nós levantamos quando
participamos do Encontro Nacional da Frente de Parlamentares Portadores de
Deficiência. Nós estivemos reunidos com o Ministro Íris Resende, também em
audiência com a Senadora Emília Fernandes. Fomos até o relator da reforma da
Previdência, Senador Beni Veras, e colocamos a ele essa preocupação que havia.
E desse compromisso público que o nosso Presidente Fernando Henrique Cardoso
assumiu em meados do ano de 96, onde em audiência pública no Uruguai, falando
para o mundo inteiro, foi questionado a esse respeito, ele disse que iria rever
a questão da renda “per capita”, que hoje é de 1/4 do salário mínimo, que ele
iria passar para meio salário mínimo, o que, com certeza, ainda não seria o ideal,
mas atenderia, em muito, os anseios dos portadores de deficiência e de idosos
carentes que não podem se manter. E
hoje nos surpreende essa anunciada medida provisória que, ao invés de colocar
como o Presidente anunciou que faria, está restringindo ainda mais o acesso
para que essas pessoas recebam esse benefício da Presidência da República. Por
isso, nos sentimos no dever de usar esta tribuna para esclarecer o fato que
hoje se debate em nível nacional.
O Sr.
Reginaldo Pujol: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Exa. me
conforta com o seu pronunciamento, e eu também comungo com V. Exa. da dúvida
quanto ao verdadeiro estágio dessas intenções anunciadas pelo Ministro da
Previdência. Parece que isso é alguma coisa que existe na pretendida reforma da
Previdência, que não logrou aprovação do Congresso Nacional e que eu espero que
não venha a lograr.
A Sra.
Anamaria Negroni: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) O que o Governo
Federal quer fazer é dar mais transparência a essa situação, porque o que
ocorre hoje é que os atestados médicos são fornecidos por qualquer médico. A
diferença, a partir de agora, seria que os portadores de deficiência física
passariam por uma avaliação do Estado, de funcionários públicos.
O SR. PAULO
BRUM: Pelo
contrário, para que o portador de deficiência consiga chegar até esse
benefício, existe toda uma burocracia que foi muito bem montada para que
ninguém o recebesse. E mesmo com todo esse entrave burocrático para que o
deficiente consiga chegar ao benefício ou para que o idoso consiga chegar ao
benefício, assim mesmo estamos pasmos, e o próprio Ministério também, com mais
de 700 mil pedidos que chegaram ao
Ministério. Ou seja: a nossa população está carente, a nossa população está
miserável e não podemos admitir que vamos restringir mais ainda o acesso a esse
benefício. Existe todo um processo burocrático: tem que passar por uma
assistente social, tem que passar por um médico que ateste; enfim, tem que
passar com um atestado de pobreza e de miserabilidade e tem que chegar até o
Ministério da Previdência.
A Sra.
Anamaria Negroni: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu não vejo desta
forma. Nós temos, na Previdência, distorções muito grandes e, inclusive,
tivemos grandes escândalos em relação a isso. O que nós queremos é dar a quem
realmente precisa. É só isso. Ou seja: passou nos exames e atendeu os
pressupostos legais, não tem por que não receber. Eu, inclusive, já entrei com
processos nesse sentido para conhecidos, durante o meu trabalho
jurídico-comunitário, e sempre obtivemos êxito.
O SR. PAULO
BRUM: V.
Exa. vai me desculpar: a questão que estamos debatendo não é o procedimento de
como conseguir o benefício, mas estamos debatendo aqui uma medida provisória
que rogamos que não seja realmente editada, que vai restringir ainda mais o
acesso de pessoas portadoras de deficiência e idosos miseráveis de nosso País.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
A Mesa informa que o Ver. João Dib
tem uma solicitação sobre o projeto de lei e a justificativa da receita
proveniente sobre infração de trânsito etc. V. Exa. colaborou com a Mesa e isso
é muito importante. Agradecemos e queríamos registrar que será despiciendo, se
V. Exa. concorda, fazer solicitação à Assembléia, já que o material está
em mãos dos Srs. Vereadores. Esse
requerimento não precisará ser feito ao Legislativo Estadual.
O Ver. Juarez Pinheiro está
com a palavra no período de Comunicações.
O SR. JUAREZ
PINHEIRO: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, temos aqui, de forma reiterada, tratado de
questões relativas ao Plano Real, da questão relativa ao processo de
globalização de uma forma prejudicial ao povo brasileiro, promovida pelo
Presidente Fernando Henrique Cardoso. Temos discutido as questões de doações e
incentivos fiscais do Governo Antônio Britto à GM. Se dissermos que a
iniciativa do Governo Antônio Britto de dar isenções fiscais exageradas à GM -
e em alguns casos consideradas, inclusive, por membros do Tribunal de Contas,
como doações... Parece um discurso do
PT.
Foi publicado na primeira
página do Jornal “Correio do Povo” de domingo um artigo cujo título é “Guerra
fiscal ajuda as montadoras e prejudica Estados”. Esse artigo não foi escrito
por nenhum membro do PT. Ele pertence aos técnicos do IPEA - Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada -, que pertence ao Ministério de Planejamento. A
matéria diz que esse órgão aponta as montadoras de automóveis como as
principais beneficiadas pela guerra fiscal travada pelos Estados brasileiros.
No outro extremo está a população. Sabemos que o Governador Antônio Britto,
aqui, diz que não tem dinheiro para dar ao magistério público estadual e
estabelece no Orçamento a percentagem de 2.48 para a área da saúde. Segundo os
pesquisadores Régis Boneli e Adriana Fernandes de Britto, pertencentes a esse
órgão do Governo Federal, ela é a maior prejudicada, já que a redução na
arrecadação estadual - referem-se à população - reflete-se na queda de
qualidade nas áreas da saúde, da educação e saneamento. Dizem esses técnicos:
“Não é uma especulação descabida supor que essas empresas instalariam as suas
fábricas no País mesmo sem os incentivos estaduais”. Afirmam ainda -
contrariando os defensores dos subsídios, inclusive o Secretário de Estado que
esteve aqui, o Proença, e o próprio Governador do Estado, que defendem essa
medida, na verdade na busca de uma hegemonia política neste Estado - que a
indústria automobilística instalaria essas empresas filiais aqui de qualquer
forma porque o mercado brasileiro é por demais atraente. O estudo destaca ainda
que a política de atração e investimento por meio de concessões e incentivos
fiscais piora a situação financeira dos Estados, em geral já extremamente
combalida.
Eu vou sair agora dos órgãos
do Governo Federal, do Ministério do Planejamento, que condenam atitudes dos
seus súditos aqui, no Rio Grande do Sul, como Antônio Britto, e destacar uma
entrevista do mais famoso economista americano da atualidade - Lester Thurow -,
que disse, de passagem pelo Brasil, para palestras a Executivos, sem rodeios,
“que o Brasil está adotando um estratégia totalmente equivocada nas negociações
para instalações de montadoras de automóveis. Os brasileiros estão jogando
dinheiro fora ao dar incentivos fiscais para montadoras que viriam para cá de
qualquer forma. Basta olhar o mapa-múndi para ver que elas não teriam para onde
ir a não ser o Brasil. Por isso digo que a estratégia brasileira é tola”.
Vejam bem: o maior
economista americano, aquele que mais tem-se destacado em defender o processo
de globalização econômica! Não é o PT que está dizendo. Ele está dizendo que
atitudes como a do Governador Antônio Britto são tolas. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Com
a palavra, em Comunicações, o Ver. José Valdir.
O SR. JOSÉ
VALDIR: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, eu estou
até muito curioso, porque os Vereadores que amam esta Cidade, Ver. João Dib,
amam este Município, até agora não se pronunciaram sobre um fato da maior
importância para todos os Municípios, para os Estados brasileiros, que é esta
bandalheira da prorrogação do FEF.
Eu me dei ao trabalho de
pesquisar alguns números, porque hoje os jornais estão ostentando toda a
pressão que diferentes prefeitos, independente de partido, estão sofrendo,
especialmente os prefeitos de pequenas cidades. Estão literalmente apavorados
com o que se está para fazer se for aprovada essa prorrogação do FEF em
Brasília. Esse Fundo de Estabilização Fiscal é a continuação daquele outro
fundo criado em 94, no Governo Itamar - Fundo Social de Emergência. Só que para
este de agora tem que se fazer um elogio mais sincero, porque aquele retirava
as verbas da saúde e educação - dizia que ia investir na saúde e na educação e
na verdade não investia em coisa nenhuma. Este, pelo menos, diz para o que é. É
o Governo querendo subverter o próprio
Orçamento e querendo ter recursos para cobrir o déficit fiscal sem que, com
isso, ele possa sofrer qualquer tipo de fiscalização, para que não esteja preso
às amarras do Orçamento. Pelo menos nisso ele é mais explícito. O Fundo pega
verbas dos impostos, o IPI e o Imposto de Renda, e por aí é que subverte a
própria Constituição, porque aquele percentual, por exemplo, que a Constituição
destina - 18% - para a educação já não é mais 18%, porque uma parte disso é
“comido” pelo Fundo. Retira as verbas, com esse subterfúgio, da área da saúde,
que já não recebe o percentual estabelecido, para aplicar em outras despesas
que não as que a Constituição prevê. Retira verbas do Fundo de Amparo ao
Trabalhador – FAT. E os jornais, hoje, estão publicando que ao todo são 9% de
perda dos recursos do Fundo de Participação dos Municípios e do Fundo de
Participação dos Estados. São dois bilhões, calcula-se, de perdas que os
Estados e Municípios vão ter, mais dois bilhões do FAT.
Então, o Governo Federal,
que tem uma política de enxugamento, do Estado mínimo, que, ao mesmo tempo em
que privatiza e desativa as políticas sociais sucateia as áreas especialmente
da saúde, da educação e da assistência social, atira para os Municípios as
responsabilidades porque deturpa a bandeira da municipalização. Aqui no Estado
não é diferente. Vejam o Governo Britto: ele está falando em acelerar a
municipalização da educação ao mesmo tempo que aumenta as responsabilidades,
deturpando a bandeira da municipalização, porque a municipalização, quando foi
introduzida na Constituição, ela era no sentido de aperfeiçoar os serviços e
não de sucatear os serviços, fazer com que eles tivessem uma fiscalização
melhor a partir do Município, mas com as demais esferas se responsabilizando,
especialmente pelo repasse dos recursos. O que está se vendo no Brasil hoje é
que, de um lado, se privatiza e, de outro, se municipalizam as
responsabilidades e se faz, na verdade, uma prefeiturização dos problemas e, de
outro, retiram-se os recursos do Município. Se trabalha contra o povo nas duas
pontas, repassando para os Municípios uma dose nunca vista de responsabilidades
nas áreas da educação, saúde, assistência social sob o argumento de que está se
municipalizando e, de outro lado, se penalizam os Municípios, retirando os seus
recursos. Onde vai dar isso a gente sabe. Aliás, já está acontecendo no Brasil
o sucateamento da saúde, da educação, da assistência social, a quebra dos
serviços nessas áreas. Já está se vendo, graças a essa política que, de um
lado, repassa as responsabilidades e, de outro, retira os recursos dos
Municípios.
Eu gostaria que os
Vereadores que amam esta Cidade se pronunciassem. Eu acho que esta Câmara tinha
que se somar aos protestos que hoje todos os prefeitos estão fazendo contra
essa iniciativa do Governo Federal de ampliar essa bandalheira que é esse Fundo
de Estabilização Fiscal.
Eu gostaria muito de ouvir o
Ver. João Dib, porque essa é uma questão federal, mas é basicamente municipal,
que tem tudo a ver com a nossa função de Vereadores. A nossa Câmara tem que se
posicionar fortemente contra isso que está se tentando perpetrar no Congresso
Nacional, porque isso vai agravar ainda mais a situação falimentar dos Estados
e Municípios e a situação do povo na hora da queda da prestação de qualidade de
serviços públicos naquelas áreas que são vitais, como a saúde, a educação e a
assistência social. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE (Paulo Brum): O Ver. João Dib está com a palavra.
O SR. JOÃO
DIB: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, cada um assume as responsabilidades dentro das
suas próprias forças. Eu estou dizendo exatamente isso, Sr. Presidente,
dirigindo-me a V. Exa. Quando eu disse que da Mesa não se pode apartear, eu não
o fiz contrariando o Regimento e nem tentando criar um problema para V. Exa. A
cadeira de rodas, que eu também já utilizei neste Plenário, permite uma
locomoção bastante grande e V. Exa. continua tendo, no Plenário, a sua tribuna.
Com exceção do Presidente, acho que todos continuam tendo sua tribuna.
Portanto, longe de mim criar qualquer problema para V. Exa. O que eu disse e
vou continuar dizendo é que não se deve apartear da Mesa. Se V. Exa. fizer seu
pronunciamento da Mesa, acho que não tem nada de mais, mas fica muito
desagradável para quem não conhece a Casa de repente ver Vereador que faz parte
da Mesa trocar apartes com o Plenário. Eu não tenho nada contra V. Exa. No dia
em que cheguei aqui pela primeira vez, 23 de março de 1971, foi proposto que eu falasse sempre sentado
na minha tribuna. Eu nunca concordei. No entanto, durante três meses com a
cadeira de rodas, eu fiz isso. Então, que fique bem claro, Presidente: tenho
profundo apreço por V. Exa., mas de repente saio na rua e muitas pessoas me
perguntam: “mas o que lhe aconteceu?”; digo: “nada”. “Mas e essas bengalas?”
“Tenho-as há 28 anos.” Quer dizer: nunca me viram de bengalas. Entraram pessoas
neste Plenário que não sabem que V. Exa. está em cadeira de rodas, Vereador, e
vão dizer: “olha aí que Câmara! o Vereador está na Mesa e fala, discute”. Tudo
bem: legal e regimental.
Mas quero dizer ao Ver. José
Valdir que está absolutamente correto quando se pronuncia contrariamente a esse
malsinado fundo, porque, realmente, 200 mil reais para uma prefeitura do
interior é um problema muito sério. Três, cinco, dez milhões para a Prefeitura
de Porto Alegre é um problema sério. E o somatório desses pequenos problemas
não resolve o problema do Governo Federal. Então, realmente, me situo e cumprimento o Ver. José Valdir, o primeiro
a vir a esta tribuna e falar contra esse malsinado fundo. Ele não resolveu o
problema enquanto foi aplicado, vai continuar não resolvendo nada, e acho que
as coisas são muito sérias. Tem que haver mais responsabilidade.
Ao Ver. Renato Guimarães
devo dizer que não tenho nada contra as medidas provisórias do Presidente
Fernando Henrique, do Presidente Itamar Franco, do Presidente Collor de Mello.
Nada, absolutamente, contra as medidas provisórias, porque elas estão na
Constituição. Agora, tudo contra os Deputados, Senadores deste País, que são
uns omissos. Estes, sim, merecem um puxão de orelhas de todos os brasileiros,
porque há na Constituição uma forma de aprovar a medida provisória. E se
eles não fazem as coisas que têm que
fazer no tempo normal e precisam convocar extraordinariamente, e nem nesta
convocação, quando recebem três vezes o seu salário - o que é uma afronta para
um povo que é sacrificado em termos de salário, em matéria de poder aquisitivo
-, comparecem todos os Deputados, então, tudo contra o Congresso Nacional.
Este, sim, é o responsável pela edição seqüenciada de medidas provisórias.
Porque sempre digo aqui: lei deve ser clara, precisa, concisa, respeitada e
fiscalizada.
O legislador, antes de fazer
leis, tem de fiscalizar o cumprimento das já existentes, e o Presidente
propõe-se a fazer medidas provisórias porque sabe que o Congresso é
absolutamente omisso, trabalhando somente quando lhe pagam três vezes o salário
no mesmo mês. É vergonhoso o procedimento do Congresso Nacional! Esse sim tem
de ser criticado permanentemente, porque é uma omissão. Por que esta Casa em um
dia de Comissão Representativa tem, já na primeira chamada, quórum para votar
as atas? Por quê? Que diferença nós temos dos outros? Nenhuma. Por que nós, às vezes,
às l9 horas ou 20 horas, temos 31 Vereadores no Plenário? Por que aqueles que
ganham muito mais, que têm muito mais
vantagens, não conseguem ficar no Plenário e resolver os problemas da sua
nacionalidade, do seu País? Esses devem ser criticados permanentemente.
Quero esclarecer que o PROER
não é dinheiro do Governo. É o que foi recolhido nos bancos que forma um fundo,
que é emprestado e devolvido depois. Lembro, e o Rio Grande também - o Ver.
José Valdir e nenhum dos Vereadores do
Plenário tinham nascido; o meu querido “Embaixador”, essa figura
extraordinária, era recém- nascido, como eu também -, quando o Banco Pelotense quebrou. Todos no Rio
Grande do Sul ainda lembram do Banco Pelotense, porque o Governo não o amparou.
Agora não é o Governo, porque este tem o Banco Central. O dinheiro depositado
nos bancos é recolhido diariamente pelo Banco Central, formando um fundo e, com
esse dinheiro, eles fazem com que os bancos resolvam problemas que não são do
banco, porque o banqueiro é afastado imediatamente, mas são do povo. Eu mesmo
era depositante de um banco que achava extraordinário. Estava lá a minha
pequena conta de poupança, uma
conta-corrente e, da noite para o dia, sem que eu soubesse, o PROER resolveu o
problema juntando dois bancos. Eu não fiquei nem sabendo. Não tive nem a
angústia de ver que tinha pouco dinheiro e que ainda me tiraram.
Então, Vereadores - especialmente o meu querido Vereador, em quem
coloco muitas esperanças, porque estuda sociologia e esta leva as pessoas a
serem detentoras de bom senso, e sei que o Vereador tem bom senso e eu o
cumprimento por isso -, para encerrar, eu volto a Porto Alegre para dizer que
eu acredito na nova administração prefeitural. Até deveria fazer uma Moção de
Solidariedade ao Presidente da Casa, porque ele pagou o 13º salário para os
servidores da Casa e não tem o dinheiro que a administração prefeitural tem.
Mas eu continuo confiando que este ano, neste mês de julho, o Partido dos
Trabalhadores, aquele que se preocupa com os trabalhadores, ao ver os trabalhadores
municipais muito mal, pagará uma parcela do 13º Salário. Eu falei com o
Vice-Prefeito quando ele estava no exercício da Prefeitura, o Dr. José
Fortunati - não tive a oportunidade de
falar com o Dr. Raul Pont, porque ele viaja muito -, e mostrei um Pedido de
Providências que eu havia feito em abril para que a Prefeitura pagasse uma parcela do 13º salário no mês de julho
para os servidores, que estão muito mal, muito mal, com uma Prefeitura que tem
dinheiro. Vejam que, no ano passado, para um projeto orçamentário, deficitário,
da ordem de 7%, sobrou, diz o Secretário da Fazenda, seis milhões de
reais. Eu sei que foi mais, porque ele
tinha me dito antes que eram 15, 16 ou 18, mas, de repente, deu uma encolhida
contábil, e isso acontece. Eu não sei se ele falou a verdade; nos números, não
sei onde está a verdade. Ele me atrapalhou. Eu sempre acreditei nos dados do
Secretário, mas ele me atrapalhou. Mas, de qualquer forma, seis milhões também
é muito dinheiro. Por outro lado, a
Prefeitura é previdente, a administração prefeitural é previdente. Mês a mês,
coloca o dinheirinho dos funcionários para o 13º salário. Então, não tem por
que não pagar, Ver. Adeli Sell. E a lei, aprovada por unanimidade nesta Casa e
sancionada pelo Prefeito Tarso Genro, diz que, no mês de julho, pode pagar de
30 a 50%, dependendo dos recursos prefeiturais, que nós sabemos que são muito
grandes.
Eu espero e confio que o
Prefeito, o Vice-Prefeito e o Secretário da Fazenda, formando o trio, darão aos
municipários uma parcela do 13º salário no mês de julho, já que outros
municipários a recebem no mês de julho. Saúde e paz. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Está
com a palavra o Ver. Reginaldo Pujol para uma Comunicação de Liderança.
O SR.
REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, indiscutivelmente, os ilustres
Vereadores Juarez Pinheiro e José Valdir, dentro das suas atuações permanentes aqui nesta Casa, dão seqüência a uma
série de críticas que se formulam ao Governo Federal pelas mais diversas
razões. O Ver. Juarez Pinheiro dedica o seu pronunciamento à guerra fiscal, que
é um pronunciamento de fundo sobre o qual não posso discutir em três ou quatro
minutos. Antecipo que me proponho a discutir esse assunto com ele
oportunamente.
Com relação ao Fundo de
Estabilidade Fiscal que o Ver. José Valdir traz à tribuna como sendo um clamor
da Cidade de Porto Alegre, eu diria que 99% da população não sabe o que é o
Fundo de Estabilidade Fiscal, mas sabe que existe estabilidade neste País.
Quero dizer que, como homem público, tenho a responsabilidade de me preocupar
sobre isso e de me ocupar com esse tipo de assunto. Aliás, duas pessoas de
grande responsabilidade na vida pública brasileira também dele se ocupam. De um
lado, Vera. Anamaria Negroni, está a nossa amiga Deputada Yeda Crusius, que foi
a primeira a perceber essa situação e que já ofereceu, no seu relatório, a
possibilidade do resgate parcial dessa situação que, como muito bem disse o
Ver. José Valdir, envolve 9% do Fundo de Participação dos Municípios que, em
função dessa retenção em favor da estabilidade, ficam com o Governo Federal.
Pela proposta, última, do relatório da Deputada Yeda Crusius,
queria assegurar uma situação de privilégio para os pequenos Municípios,
porque Município grande como Porto
Alegre está nadando em dinheiro. No ano passado, informaram que sobraram seis
milhões de reais do Orçamento e, por conseguinte, os três milhões calculados
para Porto Alegre não têm maior significado. É a metade do que o Município
deixou de utilizar no ano passado. Mas,
mesmo assim, Ver. João Dib, penso que, se o recurso é do Município, nós temos
que pugnar para que ele chegue aos Municípios. A Bancada do PFL no Congresso
Nacional já tem uma proposta: de que, nos três anos, sejam retidos apenas 20%,
o que reduziria os 9% a 1,8% do Fundo de Participação dos Municípios para
contribuição ao FEP, que é importante para todos os Municípios, que é
importante para todos os brasileiros, que é importante para toda a Nação. Se
esse é o preço, é um preço muito barato que nós estamos pagando pela
estabilidade desta Nação, para que se superasse aquela situação que vem sendo
superada numa luta permanente, que é o descontrole das finanças públicas deste
País, com aquela hiperinflação que nós vivenciamos e que chegou a transformar a
moeda nacional numa mera ficção.
Por isso, quero contestar
alguns argumentos do Ver. José Valdir, que diz que o Governo não aplica recursos em programas sociais, que aplica
pouco na saúde, o que é uma grave injustiça, pois nenhum governo da União
gastou tanto com saúde pública como está gastando o Governo Fernando Henrique.
São os maiores valores já utilizados em saúde pública neste País. São bilhões
de reais colocados na saúde pública, colocados em todos os Municípios
brasileiros, inclusive em Porto Alegre, onde o repasse de recursos federais
para a saúde do Município representa 40% do Orçamento do Município. Nesse
particular, nós temos que deixar o nosso protesto, porque se trata de uma grave
injustiça.
O nosso conterrâneo,
Ministro da Saúde, tem lutado bravamente para que sejam alargados, mais ainda,
esses recursos e que se tenha um orçamento, na área de saúde pública neste
País, estável. E para esse trabalho, evidentemente, há a contribuição e o apoio
de quantos brasileiros têm efetiva preocupação com a saúde pública. Queremos
criar uma política de saúde neste País para acabar com a política na saúde.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra. Ausente. Ver. Guilherme Barbosa. Ausente. Ver. Gerson Almeida. Ausente.
Ver. Fernando Záchia. Ausente. Ver.
Eliseu Sabino. Desiste. Ver. Clovis
Ilgenfritz. Ausente. O Ver. Carlos Garcia está com a palavra.
O SR. CARLOS
GARCIA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, ontem tivemos a oportunidade de visitar a Escola
Estadual de 1º Grau Almirante Barroso, na Ilha da Pintada. Já havíamos feito
uma manifestação nesta tribuna sobre essa escola na Ilha da Pintada, onde
residem aproximadamente sete mil moradores, sendo que a comunidade local está
precisando de uma escola de 2º grau. Nós já encaminhamos uma solicitação de
escola de 2º grau para aquela localidade e, ao mesmo tempo, ficamos muito
sensibilizados porque vários professores que já trabalham na escola querem
trabalhar para o 2º grau na própria escola. Então, este ônus para o Estado não
existiria.
Hoje são inúmeros os alunos
que, ao terminarem o 1º grau, têm que vir ao Centro de Porto Alegre, e muitos
deles acabam desistindo por diversos motivos. E um detalhe importante, que foi
o que mais nos sensibilizou, é que algumas famílias têm que sair de barco para
outras ilhas próximas, percorrendo o rio a remo por cerca de 25 a 30 minutos,
levando seus filhos para estudar, inclusive nos dias de chuva. E isso não
ocorre lá no Amazonas; é aqui, em Porto Alegre, mostrando uma realidade que a
grande maioria desconhece, ou seja, das dificuldades que se tem para estudar
neste Município, mas, ao mesmo tempo, mostrando que essas famílias simples e
humildes ainda acreditam na educação. Que bom que elas ainda acreditam na
educação!
Estamos tentando
sensibilizar os demais colegas Vereadores e a opinião pública para que seja
implantada essa escola de 2º grau naquela localidade o quanto antes e que resolvam o problema da falta de um
professor de currículo, de Português,
naquela escola e mais uma pessoa para trabalhar na Secretaria.
Enfatizamos essa real necessidade e solicitamos que aqueles Vereadores que
tiverem oportunidade visitem a Ilha da Pintada, a Escola Almirante Barroso,
para tomarem ciência da realidade de inúmeras famílias que têm que transportar
seus filhos de barco, enfrentando as mais diversas intempéries, mas nem por
isso deixam de levar os seus filhos, como enfatizamos, acreditando, e muito, na
educação. Então, nós, parlamentares, e o próprio Poder Executivo não podemos
desconhecer isso, nem virar as costas. Cabe, portanto, um apoio, sim, a essas
pessoas que querem e acreditam no poder da educação.
Gostaríamos de enfatizar a
realização da assembléia das corporações militares que realizar-se-á amanhã.
Fico muito surpreso ao ler os jornais de Porto Alegre, quando dizem que a
Brigada não punirá os PMs sem farda e, ao mesmo tempo, dizem que o Comandante
impõe as suas condições às associações da Brigada para evitar punições na
assembléia. Considero bastante hilariante que o Comando da Brigada Militar
tenha que impor certas condições, ao mesmo tempo diz que aquele que estiver de
folga não tem problema de ir. O direito de ir e vir é livre!
O Sr. João
Dib: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Carlos Garcia, o direito
de ir e vir está assegurado na Constituição, mas na hierarquia militar, na disciplina militar, quando o soldado está
fardado, tem que se submeter ao seu regulamento. Não é impedido de ir e vir,
mas tem condições que o limitam, sem que a sua liberdade seja tolhida. Acho que
está correto o Comandante da Brigada Militar.
O SR. CARLOS
GARCIA:
Agradeço o seu aparte. Mas, ao mesmo tempo, tenho a plena consciência de que
todos, soldados e demais membros da Corporação, conhecem muito bem o seu
estatuto.
O Sr. José
Valdir: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do
orador.) É óbvio! É um absurdo apresentar como uma concessão. No seu dia de
folga, o trabalhador pode fazer o que quiser.
O Sr.
João Dib: V. Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Nobre Ver. Carlos Garcia, quero dizer a V. Exa., ao
Ver. José Valdir e ao Plenário que não é apenas o fardamento que faz o militar.
Militar é militar sempre, 24 horas por
dia. No Exército, se o soldado for
apanhado sem o fardamento, vai para a cadeia. Portanto, é uma concessão, é uma
liberalidade de parte do Comandante da Brigada Militar, porque a disciplina
militar permanece mesmo com o indivíduo à paisana.
O SR. CARLOS
GARCIA: Nossa Corporação, tanto a Brigada Militar quanto
a Polícia Civil, é altamente disciplinada. O que a Polícia Civil e a Brigada
Militar estão exigindo? Apenas o cumprimento da Lei nº 103/95, aprovada em maio de l995 por proposição do
próprio Executivo. Não estamos pedindo nada além do que o Executivo propôs e
não está sendo efetuado. E qual é este reajuste? A Lei 103/95 prevê um reajuste
escalonado para maio de 95 de 4%; agosto de 95, 7%; dezembro de 95, 23,77%;
julho de 96, l0%; e dezembro de 96, 9%. Os aumentos de l996 não foram pagos.
Faltam 34% de reajuste.
O Sr.
Reginaldo Pujol: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, nós já
tivemos, em outro fórum, oportunidade de discutir esse assunto. Existe um fato,
neste País, que precisa ser encarado de
frente. Nessa própria lei citada, existe um limitador, o mesmo limitador que a
Prefeitura levanta, que é o limitador constitucional da famosa Lei Camata. Nós
temos que rever essa Lei Camata. Nós temos que retirar dessas limitações os
recursos para educação, para saúde, que precisam ser entendidos como
investimentos e não como recurso de custeio. E aí, evidentemente, na área do
Estado, a segurança pública também seria beneficiada. Então, nós temos que
fazer uma jornada mais conseqüente, eficaz, mais do que ficar protestando pelo
não- cumprimento de leis que se tornam inaplicáveis em função desse limitador
constitucional. Vamos mexer nesse limitador constitucional. Não vejo outra
saída; senão, vamos ficar eternamente protestando contra isso e recebendo como
resposta que não pode em função da famosa Lei Camata. Muito obrigado.
O Sr. João
Dib: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Garcia, se o Governador tivesse uma aula na administração
pefeitural de Porto Alegre, ele entraria na Justiça, retroagiria a lei e tomava
o pouco dinheiro dos servidores do Estado, como fizeram os dois prefeitos de
Porto Alegre do PT até agora.
O SR. CARLOS
GARCIA: Muito obrigado, mas o fórum da discussão é
essencialmente o Governo do Estado ...
Eu vou pedir tempo de
Liderança, se os demais Vereadores concordarem.
O SR.
PRESIDENTE:
V. Exa. tem mais cinco minutos. Não são permitidos apartes.
O SR. CARLOS
GARCIA: O que nós estamos questionando é que o
próprio Executivo tem um planejamento,
que nós acreditamos que exista. E por que não cumpriu? Se nos reportarmos aos
jornais da época, de 1995, o alarde que o Governo fez em cima desse fato,
dizendo que seria o maior aumento que um governo já teria dado, hoje nós vimos
que não seria um grande aumento e, pior, está sendo totalmente descumprido.
Nós, do PSB, damos total e irrestrito apoio à classe dos policiais pela
iniciativa e ousadia, dentro de um clima ordeiro e disciplinado, de terem o
direito de se manifestar contra a questão salarial vigente em nosso Estado.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: A Vera. Anamaria Negroni está com a palavra
em Comunicações.
A SRA.
ANAMARIA NEGRONI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, inicialmente, gostaria de salientar
que esta Vereadora, embora não haja eleito o Prefeito desta Capital, embora não
concorde com a maneira petista de governar, principalmente no que tange às
adoções de programas que são verdadeiros engodos, tais como o famoso e polêmico
Orçamento Participativo e o recente e não menos polêmico MOVA, como
sócio-democrata que sou, como grande defensora da democracia plena, esta
Vereadora acredita na oposição como forma salutar e necessária, porém repudia
discursos radicais e sistemáticos. Contrariamente aos Vereadores que assim
procedem, tenho aplaudido e apoiado as
reivindicações e ações da Administração Municipal quando meritórias. Os Anais
desta Casa comprovam as minhas afirmações. Assim, sempre tenho tratado o
Prefeito Raul Pont com muito respeito. Tenho-o tratado como nosso Prefeito
Municipal. Jamais me referi a ele como “RP”. Afinal, entre tantas outras, a
sigla “RP” pode denominar: relações públicas, Rio Pardo, radiopatrulha e até
rei poderoso. Por esse motivo, apreciaria muitíssimo que os ilustres Vereadores
representantes do Partido dos Trabalhadores de agora em diante repensassem
sobre o assunto e que, na primeira oportunidade, tivessem a nobreza de virem a
esta tribuna e se retratassem perante a opinião pública, já que essa espera de
nós, parlamentares, respeito pelos nossos representantes executivos - Prefeito,
Governador e, principalmente, pelo nosso Presidente da República -, pois todos
eles são representantes legítimos do povo, são pessoas que foram eleitas pelo
voto direto do nosso povo.
Quanto ao discurso do nosso
ilustre Ver. Renato Guimarães, eu considero inconsistente e totalmente
incoerente – afinal, o argumento do PT para resolver o problema do Brasil é dar
o calote na dívida externa. Ora, isso não é programa de governo, isso não é
proposta, não é ter alternativa para combater o atual programa do Governo Federal.
Por outro lado, temos
assistido, nos últimos dias, a uma outra campanha publicitária do Partido dos
Trabalhadores na televisão. São programas que tentam mostrar aos
telespectadores brasileiros uma imagem de absoluta transparência, de
honestidade, seriedade, exclusivas do PT. Ninguém, segundo o PT, é mais honesto
e sério que o PT. Primeiro foram os filmes sobre o Lula, o mais pobre, o mais
trabalhador, o mais sério, o mais preparado e, principalmente, o mais
injustiçado dos brasileiros. Tentando culpar a todos os outros partidos, à
imprensa pelas acusações levantadas por um companheiro seu do PT, acusa que
tudo foi armação e que nunca aconteceram as falcatruas denunciadas pelo petista
Paulo de Tarso. Afinal de contas, uma insuspeita comissão de companheiros do PT
investigou profundamente, ouviu uma série de companheiros do PT, colheu dados
junto às Prefeituras do PT e concluiu, com absoluta isenção, Senhores, que o
companheiro Lula jamais participou de qualquer armação que beneficiasse o
proprietário da casa onde ele mora de graça. E afirmam para todo o Brasil que o
Presidente de honra do PT, que tem uma aposentadoria especial, diferentemente
de seus ex-colegas metalúrgicos, que não paga aluguel, que viaja por todo o
Brasil, que participa das mais ricas campanhas publicitárias, é uma vítima - em
defesa - dos partidos que não conseguem ser honestos e sérios como o PT. E
parte para cima do Governo Federal com uma fúria, que só não existe onde o PT é
governo! Como no Distrito Federal, por exemplo, onde o Governador sofre todo
tipo de pressão da sociedade pela desastrada administração que vem realizando
lá; como também no Espírito Santo, onde o PT vê de uma forma bastante diversa.
Então, lá, como em tudo que não é do PT, a culpa deve ser do Governo Federal,
da imprensa ou, quem sabe, dos outros partidos. E nós, que vivemos à margem de
tanta honestidade e seriedade, temos que aturar a série de chavões e manobras,
aquelas velhas e populistas manobras que tão bem definem a verdadeira face do
PT.
Só não entendi até agora, e
acho que ninguém entende, por que o partido que se autodenomina o mais sério e honesto precisa afirmar pela
TV que é sério e que é honesto. Até hoje, pelo que sei, quem é sério e honesto
não precisa afirmar que o é. Basta ser. Agora, quem grita muito, normalmente, é
porque não tem convicção do que afirma.
O Sr. João
Dib: V.
Exa. permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Nobre Vera. Anamaria
Negroni, este injustiçado e nobre metalúrgico fuma charutos cubanos, como Fidel
Castro, que hoje, como ouvia no rádio, tem uma fortuna de apenas um bilhão e
meio de dólares.
Mas eu quero saber onde está
o incinerador de lixo que a Prefeitura já pagou há cinco ou seis anos e onde
está o motor de explosão do Departamento de Limpeza Urbana, se já explodiu ou
não. São pedidos de informações locais.
A SRA.
ANAMARIA NEGRONI: Nós também temos preocupação com esses incineradores, porque temos,
inclusive, um projeto nesse sentido com relação a incineração de animais
doentes. E V. Exa. nos apresentou o processo. Inclusive, o PT, de tão
transparente que é, já deveria ter resolvido esse problema.
O Sr. José
Valdir: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento da
oradora.) Queria dizer que além de o
Lula ter o seu salário pago pelo Partido, de ser liberado pelo Partido dos
Trabalhadores, com dinheiro do Partido - o que muito nos orgulha -, além de não
ter casa própria, ele tem um três-em-um que ainda não deve ter vendido!
A SRA.
ANAMARIA NEGRONI: Agradeço a V. Exa. pelo aparte,
mas há muitas coisas que devemos esclarecer com relação à administração
petista, só que essas investigações deveriam ser feitas por outras instituições
e não pelo próprio partido. Obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Adeli Sell está com a palavra.
O SR. ADELI
SELL: Sr.
Presidente e Srs. Presidente, vou por partes.
Um: o argumento da luta
armada jamais vai sobrepujar o argumento da luta organizada do povo. Paz na
Espanha. Paz na Palestina. Paz em Israel e saúde no Brasil. Este é o meu recado
ao ETA e este também é o meu recado ao
FHC.
Dois: o DETRAN vai mal.
Documentos atrasados, caminhoneiros sem ganhar - começo a protestar;
despachantes arrasados e algo no ar além da poluição do gás dos carros já
liberados. Continuarei a protestar a continuar essa situação.
Três: visito hoje o Coronel
Dilamar da Luz, nosso Comandante da Brigada Militar. Vou expor a ele o meu
projeto de lei sobre obrigação e colocação de câmeras de vídeo nos bancos. Vou
aproveitar para reivindicar mais segurança em Porto Alegre, principalmente no Centro
da nossa Cidade. Vou pedir ao Coronel Dilamar compreensão para a situação
funcional da Brigada e os baixos salários dos nosso brigadianos.
Quatro: visitarei também
hoje o Tenente-Coronel Amilcar de Barros, do Corpo de Bombeiros. Vou
reivindicar soluções globais para a estação construída pelo Prefeito Tarso
Genro, ali no Centro, que foi uma reivindicação muito justa do nosso colega
Pedro Américo Leal.
Vou falar, fundamentalmente, do que leio hoje na página de opinião
do Jornal “Zero Hora”, em um artigo brilhante do Senador Pedro Simon, do PMDB,
que tem o seguinte título: “O bolo da agricultura”. Diz o Senador:
“O terceiro aniversário do
Plano Real bem que poderia ter sido lembrado com bolo de milho, de arroz, de
feijão, de soja ou de aipim. Nada mais justo para um setor que foi até aqui a
verdadeira âncora da estabilização da economia brasileira.”
Vejam: não sou eu que estou
dizendo isso. É o Senador da República Pedro Simon, do PMDB, cujo partido dá
sustentação ao Governo de Fernando Henrique Cardoso. O Senador diz mais:
“O Brasil ainda é, segundo
dados da ONU, o País de maior concentração de renda do planeta. Segundo a FIP,
a agricultura brasileira perdeu em l995 um total de 5 bilhões, transferidos,
portanto, para a população como um todo e, principalmente, pelos segmentos mais
pobres. Há que se imaginar, por
conseguinte, o discurso distributivo do Plano Real sem o sacrifício dos
agricultores, principalmente os produtores de alimentos. A agricultura forneceu
grande parte dos ingredientes do bolo de aniversário do plano de estabilização.
Isso não significa, porém, que ela tenha sido convidada para o parabéns.”
Repito: “a agricultura
forneceu grande parte dos ingredientes do bolo de aniversário do plano de
estabilização. Isso não significa, porém, que ela tenha sido convidada para o
parabéns”. Diz isso o Senador Pedro Simon, do PMDB. Isso não foi dito pelo Presidente de honra do nosso Partido, o
Lula, nem foi dito pelo Presidente José Dirceu e não foi dito pelo Ver. Adeli
Sell, apesar de concordar. Diz mais:
“Afagados por juras
governamentais, os agricultores brasileiros produziram, na última safra, mais
de 80 milhões de toneladas de alimentos. Afogados pelos juros bancários, vendem
agora os seus patrimônios em nome de compromissos financeiros que a cultura da
probidade impõe cumprir.”
Meus Senhores, minhas
Senhoras, Srs. Vereadores, Sra. Vereadora, esta é a situação da agricultura
brasileira. E diz mais a “Zero Hora” de hoje:
“Abastecimento: estoques
oficiais de milho são removidos.” Por quê? Tem tudo a ver com o artigo do
Senador, tem tudo a ver com a âncora do Plano Real que, na verdade, é a
definição da agricultura. “O Ministério da Agricultura vai aprovar a
transferência de 200 mil toneladas de grãos armazenados no Centro-Oeste. Poderá
chegar a 500. O investimento total será de 30 milhões, basicamente, envolvendo
gastos com frete.” Ou seja: nós estamos jogando dinheiro fora, porque não
aplicamos dinheiro na agricultura. Isto é um crime e, como crime, deve-nos
repugnar.
Nós temos que festejar a estabilidade
econômica, mas não podemos fazer coro ao engodo. Por isso eu faço questão de
mencionar estas questões. Mais do que isso, o Presidente da CONAHB, o
ex-Deputado Francisco Turra, do PPB, do Ver. João Dib, manifestou preocupação
com o quadro futuro do plantio de milho no País, que tende a ser menor na
próxima safra em relação à colhida em 1997.
“As estimativas iniciais da
CONAHB apontam que a produção ficará 15% abaixo do ano agrícola 1997/98,
atingindo cerca de 30 milhões de toneladas, 9 milhões a menos do que o consumo
no País.” E o maior problema, Srs. Vereadores, adverte o Presidente da CONAHB,
Francisco Turra, do PPB, é que o Rio Grande do Sul será o maior prejudicado,
porque na safra de 1996 e 97 colheu 4,2
milhões de toneladas para o consumo, que é de seis milhões: Ou seja: essa é a
tragédia brasileira, essa é a tragédia do dinheiro que vai para o PROER dos
bancos. E amanhã farei aqui uma denúncia sobre essa questão dos bancos. Tem
tudo a ver. De um lado, os banqueiros que se locupletam - o Brasil doando o seu
patrimônio público para a iniciativa privada. Não tem PROER para a agricultura,
e o Pró-rural 2000, tão alardeado aqui no Estado, recebe agora a liberação dos
créditos internacionais. Demorará seis meses para que alguns minguados reais cheguem.
Não. Talvez chegarão alguns minguados reais para abater da dívida dos nossos
agricultores que hoje vendem o seu trator, a sua máquina, a sua terra para vir
para a Região Metropolitana viver a amargura do desemprego, porque já estão
vivendo a amargura da terra que perderam.
Por isso, Srs. Vereadores,
queremos dizer que não é apenas o PT que é contra. O PT é contra essa situação,
mas estamos vendo que também estão contra o Senador Pedro Simon, do PMDB, e o
ex-Deputado Francisco Turra, do PPB, mas eles terão que arcar com as
conseqüências desses seus pronunciamentos. E não como faz Francisco Turra que, tendo essa compreensão,
é subserviente ao Governo de Fernando Henrique Cardoso.
Queremos, sim, que o Senador
Pedro Simon, além de dizer isso no jornal, tome atitudes mais ousadas porque
ele ainda tem força no seu partido, porque, se
depender do Partido dos Trabalhadores, somaremos nossas forças, que são muitas, mas precisamos
de mais para derrotar esse tipo de ação governamental. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Estão encerrados os trabalhos da presente Reunião.
(Encerra-se a Reunião às
12h29min.)
* * * * *